v. 31 n. 2 (2024): Meltzer - O conflito estético e o florescimento do psiquismo

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Temos sido partícipes, protagonistas e colaboradores de uma psicanálise que não cessa de buscar e produzir expansões.  Na esteira deste movimento, a atualidade e o amplo espectro de contribuições de Donald Meltzer (1922-2004), é um dos mananciais que, ao dialogar com seus antecessores e com as disciplinas afins à psicanálise, abre portas para toda uma nova configuração de nossa disciplina.

Dentre suas realizações, presentes em suas obras compostas por livros, artigos, cursos e supervisões, podemos sublinhar sua preocupação com a evolução e vicissitudes do relacionamento analítico, do mundo interno, da realidade psíquica e da maneira como duas mentes podem trabalhar de forma cooperativa.

Desde seus primeiros achados em explorações sobre o autismo, que lhe possibilitou desenvolver a teoria da bidimensionalidade da vida mental, passando pelas projeções tirânicas do claustrum e indo em direção ao nível da tridimensionalidade, suas contribuições abrem um novo campo de investigação quando afirma que o conflito estético é o fundamento subjacente ao florescimento do psíquismo.

Pensador incansável sobre o método psicanalítico, considerado um enfant terrible por alguns críticos, o fato é que, como um devotado pai comum, suas ideias têm o frescor e um poder de seguir fascinando pelo mistério, curiosidade, cultivo da criatividade, caminho do aprofundamento e da expansão de nossa ciência-arte.

Na vigência do centenário de nascimento deste autor de repercussão internacional, é com entusiasmo que propomos esta homenagem que certamente enriquecerá o profícuo diálogo psicanalítico com/e a partir de Donald Meltzer.

Publicado: 10-06-2024

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