Revista de Psicanálise da SPPA https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA <p>A Revista de Psicanálise da SPPA é editada desde outubro de 1993 pela <a href="http://sppa.org.br/">Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre</a>, filiada à Associação Psicanalítica Internacional – IPA, sendo um periódico quadrimestral dirigido a pesquisadores, professores, profissionais e estudantes da área de psicanálise. A partir de 2020, ela aderiu ao sistema de publicação em fluxo contínuo. Podem ser submetidos artigos científicos que seguem altos padrões no cuidado editorial dos textos, apresentados nos idiomas português, espanhol, inglês, francês, alemão e italiano, com os requisitos de serem inéditos e originais no Brasil, elaborados em conformidade ao direito do autor e não submetidos ao mesmo tempo a avaliações em outras revistas nacionais.</p> Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre pt-BR Revista de Psicanálise da SPPA 1413-4438 <p><span class="VIiyi" lang="pt"><span class="JLqJ4b ChMk0b" data-language-for-alternatives="pt" data-language-to-translate-into="es" data-phrase-index="0"><span>Atribuo os direitos autorais que pertencem a mim, sobre o presente trabalho, à SPPA, que poderá utilizá-lo e publicá-lo pelos meios que julgar apropriados, inclusive na Internet ou em qualquer outro processamento de computador.</span></span></span></p><p><em><span class="VIiyi" lang="en"><span class="JLqJ4b ChMk0b" data-language-for-alternatives="en" data-language-to-translate-into="pt" data-phrase-index="0">I attribute the copyrights that belong to me, on this work, to SPPA, which may use and publish it by the means it deems appropriate, including on the Internet or in any other computer processing.</span></span></em></p><p><em><span class="VIiyi" lang="en"><span class="JLqJ4b ChMk0b" data-language-for-alternatives="en" data-language-to-translate-into="pt" data-phrase-index="0"><span class="VIiyi" lang="es"><span class="JLqJ4b ChMk0b" data-language-for-alternatives="es" data-language-to-translate-into="pt" data-phrase-index="0">Atribuyo los derechos de autor que me pertenecen, sobre este trabajo, a SPPA, que podrá utilizarlo y publicarlo por los medios que considere oportunos, incluso en Internet o en cualquier otro tratamiento informático.</span></span></span></span></em></p> Clínica de casal. Somos diferentes? O estrangeiro no casal https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1057 <p>O presente artigo discorre sobre a dificuldade de aceitação das diferenças subjetivas no seio do casal. A fantasia de constituir um vínculo indiferenciado, apoiado pelo imaginário social, ao longo do tempo dificulta a possibilidade de enxergar o outro como estrangeiro no casal. Partimos da Psicanálise das Configurações Vinculares, em conjunto com referências de outras ciências sociais, para trabalhar o conceito do estranho, outro, diferente, alteridade/alheio no vínculo de casal.</p> Lisette Weissmann Copyright (c) 2022 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2022-12-08 2022-12-08 29 3 539 561 Editorial https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1077 <p>Prezados(as) leitores(as)</p> <p>Com entusiasmo oferecemos o novo número de nossa Revista, mantendo a expectativa de que o seu conteúdo venha a estimular e frutificar reflexões sobre o ENVELHECER.</p> <p>A partir da constatação do aumento significativo da porcentagem de idosos na população mundial e da crescente mudança de seu papel, circunstâncias estas relacionadas à construção social do presente contexto histórico e econômico, buscamos interrogar como a psicanálise, teórica e clinicamente, pode contribuir para o estudo de tal parcela da população. Em termos gerais, observa-se que as inexoráveis mudanças corporais, quando o tempo mostra sua face mais explícita, trazem um estranho a ser recebido, simbolizado e integrado na linha da vida, mas que, de outra forma, poderá ser desmentido ou até mesmo tornar-se uma sombra sobre o Eu. Assim, interrogamos como seria possível conceber metapsicologicamente o envelhecimento, quais ilusões e desilusões nos acompanham e o que conquistamos com a experiência de envelhecer, analisando como isto se apresenta na clínica psicanalítica com idosos. Ampliamos a indagação para refletir acerca de como envelhecemos na condição de analistas e como envelhecem igualmente os preceitos e as instituições psicanalíticas.</p> <p>Iniciamos com a publicação de trabalhos que abordam as vicissitudes do envelhecimento. Abrão Slavutzky, em Aprendendo a envelhecer, inspirado em uma carta de Freud, então com setenta e nove anos, endereçada à Lou Andreas-Salomé, discorre sobre a presença da bondade, expressa na gratidão, e do humor, como elementos auxiliares para o enfrentamento dos inevitáveis horrores advindos da decadência corporal e mental causada pelo envelhecimento, acrescentando ainda a paciência – elemento tipicamente analítico – como balizadora do processo. Silvia Flechner, em Envelhecer é humano, estuda os fatores presentes no corpo, na psique, na sociedade e na cultura contemporânea que se entrelaçam no processo de envelhecimento, dando uma qualidade específica ao seu desenvolvimento. A seguir, Vivian Peres Day apresenta um paralelo entre o mito de Sísifo presente em Camus e uma visão psicanalítica do envelhecimento saudável no artigo O paradoxo da finitude. Prosseguindo com essa seção, Maria Lucia Castilho Romera, no artigo Envelhec(S)endo: temporalidade interpretante?!?, advoga sobre o direito de ser velho nos termos de cada individualidade, rompendo com a categorização de como o outro vê aquele que envelhece, permitindo que o contato com a experiência particular seja o elemento autorizador do ser nesta etapa da vida.</p> <p>Um vértice metapsicológico sobre o envelhecimento está presente nos dois artigos seguintes. Em busca do infantil na velhice, de Cláudio Laks Eizirik, aborda a busca do elemento mais genuíno de cada um como condição para, de forma verdadeira e profunda, nos envolvermos na experiência de estar vivo ao longo de todo o ciclo vital, tanto no indivíduo que envelhece quanto na escuta analítica, à medida que o analista também envelhece. Juan David Almeyda Sarmiento e Herivelto Pereira de Souza, em “‘Tenho dois relógios, sempre tive dois, um no pulso e outro na cabeça.’ Notas sobre o Unheimlich e a velhice a partir de O pai (2020), estudam a experiência da velhice nos termos do tempo, do corpo e da família, contida nos limites presentes nas noções de o Inquietante e de o familiar de Freud.</p> <p>Um terceiro conjunto de artigos está direcionado ao estudo clínico do envelhecimento. Abrindo a seção, em Envelhecendo. Tudo é Rio, Miriam Altman, Esther Abramo Gonçalves, Greice Priscilla Kökény de Oliveira e Francisca Izabel Pereira da Silva Teixeira trazem dados quantitativos de pacientes com mais de 55 anos atendidos ao longo de oito anos no CAP da SBPSP, os quais ajudam a qualificar o universo da chamada clínica psicanalítica do idoso, mostrando, por meio de exemplos clínicos, a contribuição que a psicanálise pode trazer para pessoas que atravessam este período da existência. O artigo seguinte, Onde me encontro? Não me reconheço! de Tereza Guimarães, busca estudar as ansiedades dos idosos, decorrentes das mudanças físicas e psíquicas e de suas manifestações clínicas. Por sua vez, Francisca Izabel Pereira da Silva Teixeira, em Atando as pontas do fio da vida: o acompanhamento clínico de Alice, apresenta-nos o sensível relato clínico de uma paciente que inicia o seu atendimento psicanalítico em uma fase inicial de Alzheimer, demonstrando as vivências internas da dupla ao longo do processo, assim como orientando sobre algumas adaptações técnicas neste campo de trabalho. Cibele M. M. Di Battista Brandão, no trabalho Transformações e expansões do envelhecer, ao longo de situações clínicas, orienta sua abordagem para as vivências do paciente e do analista frente ao envelhecer e seu trabalho de significação. Seguindo neste caminho, publicamos a tradução do texto de Peter Fonagy, When analysts need to retire: the taboo of ageing in psychoanalysis, para quem agradecemos a gentileza da autorização. O autor disserta com sensibilidade e profundidade sobre o difícil período que antecede a decisão da aposentadoria por parte de um psicanalista, assim como suas particularidades psicodinâmicas e éticas, tanto individuais quanto institucionais, alertando para este tema desconcertante, por vezes objeto de negação, mas inevitável de ser enfrentado.</p> <p>Completando o rol de artigos temáticos, publicamos Passagem do tempo, ilusões e desilusões em um grupo societário: Fato clínico psicanalítico, de Germano Vollmer Filho, em que a coexistência de diferentes gerações, com suas ilusões e desilusões, são impactadas pela dor da diferença, pois, ao se tentar sobrepujar tal coexistência por meio de sua abolição, corre-se o risco de perder a autenticidade proveniente da aceitação da realidade externa e da aceitação de si próprio.</p> <p>Por fim, na sessão de Temas Diversos, encontra-se o artigo Clínica de casal. Somos diferentes? O estrangeiro no casal, de Lisette Weissmann, que, a partir da Psicanálise das Configurações Vinculares, estuda a dificuldade de aceitação das diferenças subjetivas no seio do casal, inserido e influenciado pelo contexto social.</p> <p>Desejamos a todos e a todas uma proveitosa leitura!</p> <p>Renato Moraes Lucas</p> <p>Editor Chefe da Revista de Psicanálise da SPPA</p> Renato Moraes Lucas Copyright (c) 2022 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-02-14 2023-02-14 29 3 351 353 Aprendendo a envelhecer https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1063 <p>Aprender a envelhecer é difícil; envelhecemos de acordo com a forma com que vivemos, entre sorrisos e lágrimas, sucessos e fracassos, ou seja, desfrutar a velhice, suportá-la, é um desafio até a morte. Já existiram tempos em que o ancião foi valorizado, por conter a memória familiar e cultural; agora, por não integrarem a produção econômica e o consumo, assim como por um certo desprezo pela memória, os velhos tendem a ser relegados. Freud, aos setenta e nove anos, perguntou em uma carta enviada à Lou Andreas-Salomé: “Que grau de bondade e de humor tem que se alcançar para suportar o horror da velhice?” (Mannoni, 1997, p. 25). Comento três palavras nessa pergunta: horror, bondade e humor. Estar aprendendo a envelhecer é ser grato a vida e capaz de manter o espanto diante das maravilhas do entardecer e amanhecer. Essenciais na velhice são os amigos, que afastam a morte, como disse J.B. Pontalis em uma entrevista sobre amizade à revista Veja. Para envelhecer é preciso ter paciência, e paciência é a palavra que acrescento ao horror, gratidão e humor com que Freud descreveu a velhice. Sejamos, assim, pacientes como analistas.</p> Abrão Slavutzky Copyright (c) 2022 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-01-20 2023-01-20 29 3 357 364 Envelhecer é humano https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1068 <p>O objetivo deste trabalho é considerar o envelhecimento como uma etapa própria do final da vida. São várias as encruzilhadas que se entrelaçam a partir do fato de envelhecer. Enfatiza-se o corpo, a psique, a sociedade e a cultura na qual esse envelhecimento está inserido. Considera-se, ainda, o fenômeno do envelhecimento populacional atual, bem como a situação global em que nos encontramos, além da hiperconectividade, da violência, do suicídio, e do desembaraçamento das pulsões de vida e morte que apontam para a auto e para a hetero destrutividade.</p> Silvia Flechner Copyright (c) 2022 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-02-09 2023-02-09 29 3 365 386 O paradoxo da finitude https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1069 <p>A partir de reflexões a respeito da passagem do tempo, a autora tece um paralelo entre o mito de Sísifo na obra de Camus e a possibilidade de uma visão psicanalítica contemporânea sobre o envelhecimento saudável.</p> Vivian Peres Day Copyright (c) 2022 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-02-09 2023-02-09 29 3 387 397 Envelhec(S)endo: temporalidade interpretante?!? https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1074 <p>Trata-se de um trabalho desdobrado de pesquisas a partir do método psicanalítico por ruptura de campo, no sentido proposto por Fabio Herrmann. O conceito de inconsciente transmuta-se em inconscientes relativos, entendidos como lógicas de regramentos das relações humanas ou dos fenômenos investigados. Circunscreve-se nesse texto as apreensões do vir a ser velho(a) e as possíveis invenções-criações de uma temporalidade específica em que já não se é apenas o que se apreende ser, mas, também, o que a confluência, não raro conflitante, diz acerca da maneira como o outro vê aquele que envelhece. Assim, procuramos, através de uma postura metodológica interrogante-interpretante, desvelar algumas regras de constituição da realidade-mundo no processo de envelhecimento, bem como as vicissitudes dos instintos/pulsões, que parecem não mais pulsar no compasso conhecido. Após conjecturas acerca do Princípio do Absurdo nas quais se vislumbra, pelo exagero, o avesso do que se quereria mostrar, pondera-se sobre as ações policialescas para utilização do termo idoso no lugar de velho, escamoteando o direito de a velhice instituir-se enquanto particularidade. A condição de sujeição é delineada através de uma narrativa advinda de experiências clínicas com adultos,<br />idosos e velhos, assim como da própria autora-psicanalista. Constata-se caminhos traçados de saída a partir da sublimação, do humor e do próprio sofrimento psíquico.</p> Maria Lucia Castilho Romera Copyright (c) 2022 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-02-13 2023-02-13 29 3 399 412 Em busca do infantil na velhice https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1075 <p>Após caracterizar o infantil nos termos propostos por D. Winnicott e F. Guignard, o autor examina alguns aspectos do envelhecer e da escuta analítica à medida que o analista envelhece, descrevendo, por fim, com base em fragmentos de um caso clínico, como pode ocorrer a busca do infantil na velhice. Ao considerar que o infantil seria o mais genuíno dentro de nós e que nunca é totalmente descoberto, ele se constituiria em um convite permanente para que nos envolvamos de maneira mais profunda, ao longo de todo o ciclo vital, na infinita experiência e aventura que é estarmos vivos.</p> Cláudio Laks Eizirik Copyright (c) 2022 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-02-13 2023-02-13 29 3 413 422 “Tenho dois relógios, sempre tive dois, um no pulso e outro na cabeça”. Notas sobre o Unheimlich e a velhice a partir de O pai (2020) https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1065 <p>A presente investigação parte da tese de que O pai (2020), dirigido por Florian Zeller, mais que um drama, é um peculiar filme de terror no qual é possível elucidar diferentes elementos do conceito freudiano de Unheimlich (o inquietante) pela forma como a velhice é desenvolvida ao longo da narrativa audiovisual. Assim, para demonstrar essa hipótese, o artigo investiga três aspectos que, dentro do filme, vão de ser Heimlich (familiar) a Unheimlich: tempo, corpo e família. Tal tríade, dentro de O pai, é a base para interpretar a velhice como uma experiência que tem como cerne o Unheimlich, principalmente pela forma como o sujeito deve enfrentar o fim da própria vida.</p> Juan David Almeyda Sarmiento Herivelto Pereira de Souza Copyright (c) 2022 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-01-20 2023-01-20 29 3 423 438 Envelhecendo. Tudo é Rio https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1070 <p>Um dos objetivos do presente artigo é apresentar e divulgar o trabalho de um grupo de psicanalistas da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP), composto por Membros Filiados e Membros Associados que se reúnem há cerca de 8 anos prestando atendimentos clínicos a pacientes acima de 55 anos. A partir de uma amostra de dados clínicos coletados no Centro de Atendimento Psicanalítico (CAP), encontramos um desenho da realidade do envelhecer dessa população que nos procura em busca de ajuda. Também acompanhamos, através de vinhetas clínicas de alguns dos pacientes, como a escuta analítica pode beneficiá-los neste momento específico da vida, correlacionando a clínica com alguns conceitos psicanalíticos que nos ajudam a compreender o envelhecer, a transitoriedade e a finitude do ser humano. Finalizamos com reflexões acerca da necessidade de um maior número de analistas que se interessem pelo tema e pelo atendimento, pois percebemos a contribuição trazida pela psicanálise para pessoas que atravessam este período da existência, bem como a necessidade de ampliarmos tal tipo de atividade dentro da nossa Sociedade.</p> Miriam Altman Esther Abramo Gonçalves Greice Priscilla Kökény de Oliveira Francisca Izabel Pereira da Silva Teixeira Copyright (c) 2022 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-02-09 2023-02-09 29 3 439 460 Onde me encontro? Não me reconheço! https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1071 <p>A autora descreve aspectos inerentes ao momento de vida dos idosos. Discorre acerca dos efeitos que incidem sobre eles em relação aos processos psíquicos, físicos e orgânicos. Apresenta comentários clínicos do mundo interno de alguns longevos ao revelarem as suas angústias diante da aproximação da finitude. Aborda como a angústia e a depressão encontram-se presentes nessa etapa de vida. Busca na poesia versos que interajam com a sua argumentação.</p> Maria Tereza Guimarães Lima Copyright (c) 2022 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-02-10 2023-02-10 29 3 461 473 Atando as pontas do fio da vida: o acompanhamento clínico de Alice https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1067 <p>No presente trabalho, relato a experiência clínica com uma paciente, a quem chamarei de Alice, que iniciou sua análise em estágio inicial de Alzheimer. Trata-se de uma experiência de seis anos, que nos convida à reflexão acerca da remota fronteira do trabalho clínico do psicanalista contemporâneo: o trabalho com pacientes idosos em início de processo demencial. Utilizo algumas técnicas do atendimento de crianças no acompanhamento do caso, que aqui exponho em fragmentos de duas sessões. O aumento da expectativa de vida e o crescimento do número de pacientes idosos em busca de psicoterapia coloca-nos frente a esse campo em plena expansão.</p> Francisca Izabel Pereira da Silva Teixeira Copyright (c) 2022 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-01-27 2023-01-27 29 3 475 494 Transformações e expansões do envelhecer https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1064 <p>A autora apresenta questões tangentes à velhice, tanto a partir do envelhecimento do analista quanto do paciente. Por meio da ótica do analista, a autora reflete acerca da busca de significados que permeia essa fase da vida. Busca compreender as angústias que surgem em tal momento, expondo duas vinhetas clínicas que trazem luz a alguns aspectos da teoria e da técnica psicanalítica no processo de análise com pessoas idosas.</p> Cibele M. M. Di Battista Brandão Copyright (c) 2022 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-01-20 2023-01-20 29 3 495 506 Quando os analistas precisam se aposentar: o tabu do envelhecimento na psicanálise https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1072 <p>O autor estuda o processo de envelhecimento e seu impacto na carreira de um psicanalista, tanto em um cenário individual quanto institucional. Apresenta estudos que demonstram as inerentes mudanças neurocognitivas do ser humano no processo de envelhecimento e que precisam ser consideradas, pois requerem cuidado ético profissional do indivíduo no exercício de seu trabalho e também da instituição psicanalítica na qual está inserido, uma vez que tais mudanças e limitações, em algum momento, irão determinar a aposentadoria do profissional. Ressalta que, apesar das limitações ao exercício da profissão oriundas do envelhecimento serem bastante inconstantes, este assunto tem sido mantido como um tabu e necessita ser enfrentado.</p> Peter Fonagy Copyright (c) 2022 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-02-10 2023-02-10 29 3 507 525 Passagem do tempo, ilusões e desilusões em um grupo societário: Fato clínico psicanalítico https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1076 <p>A partir da concepção de temporalidade psíquica como a maneira pela qual os processos psíquicos criam a sua própria gestão do tempo, e com base no conceito de Fato Clínico Psicanalítico, o autor estuda as ilusões e as desilusões em um grupo societário. Utiliza os desenvolvimentos teóricos de John Steiner, Irma Pick e Ignês Sodré para apurar a experiência emocional dos membros dos grupos societários, em que diferentes gerações convivem juntas ao mesmo tempo: uma mais jovem, que conta com ilusões para enfrentar os medos e as incertezas do futuro, e uma mais antiga, que precisa lidar com o luto das perdas e as incertezas ocasionadas pelas mesmas, fazendo com que, ao enfrentarem a dolorosa realidade desta diferença, tentem aboli-la. Como resultado, ocorreria a perda da autenticidade, baseada em alguma aceitação da realidade externa e alguma aceitação de si próprio, e que originalmente fora resultado de uma função alfa capaz de transformar o sofrimento emocional da criança para a figura real da mãe. Neste sentido, advoga que o encontro com a Psicanálise não seja só inicialmente autêntico, mas um processo contínuo.</p> Germano Vollmer Filho Copyright (c) 2022 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-02-14 2023-02-14 29 3 527 535