Revista de Psicanálise da SPPA https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA <p>A Revista de Psicanálise da SPPA é editada desde outubro de 1993 pela <a href="http://sppa.org.br/">Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre</a>, filiada à Associação Psicanalítica Internacional – IPA, sendo um periódico quadrimestral dirigido a pesquisadores, professores, profissionais e estudantes da área de psicanálise. A partir de 2020, ela aderiu ao sistema de publicação em fluxo contínuo. Podem ser submetidos artigos científicos que seguem altos padrões no cuidado editorial dos textos, apresentados nos idiomas português, espanhol, inglês, francês, alemão e italiano, com os requisitos de serem inéditos e originais no Brasil, elaborados em conformidade ao direito do autor e não submetidos ao mesmo tempo a avaliações em outras revistas nacionais.</p> Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre pt-BR Revista de Psicanálise da SPPA 1413-4438 <p><span class="VIiyi" lang="pt"><span class="JLqJ4b ChMk0b" data-language-for-alternatives="pt" data-language-to-translate-into="es" data-phrase-index="0"><span>Atribuo os direitos autorais que pertencem a mim, sobre o presente trabalho, à SPPA, que poderá utilizá-lo e publicá-lo pelos meios que julgar apropriados, inclusive na Internet ou em qualquer outro processamento de computador.</span></span></span></p><p><em><span class="VIiyi" lang="en"><span class="JLqJ4b ChMk0b" data-language-for-alternatives="en" data-language-to-translate-into="pt" data-phrase-index="0">I attribute the copyrights that belong to me, on this work, to SPPA, which may use and publish it by the means it deems appropriate, including on the Internet or in any other computer processing.</span></span></em></p><p><em><span class="VIiyi" lang="en"><span class="JLqJ4b ChMk0b" data-language-for-alternatives="en" data-language-to-translate-into="pt" data-phrase-index="0"><span class="VIiyi" lang="es"><span class="JLqJ4b ChMk0b" data-language-for-alternatives="es" data-language-to-translate-into="pt" data-phrase-index="0">Atribuyo los derechos de autor que me pertenecen, sobre este trabajo, a SPPA, que podrá utilizarlo y publicarlo por los medios que considere oportunos, incluso en Internet o en cualquier otro tratamiento informático.</span></span></span></span></em></p> O encontro com os objetos no pensamento de Winnicott https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1371 <p>A autora propõe uma reflexão sobre a complexa articulação do pensamento de Winnicott acerca das relações objetais. Em seus escritos sobre o uso de um objeto, ele enfatiza o uso da pulsão destrutiva para conferir ao objeto a dimensão de alteridade e, ao sujeito, a dimensão de independência, com base no contato de seu núcleo pulsional. Ao teorizar sobre o objeto transicional, Winnicott (1971)<a href="#_ftn1" name="_ftnref1">[1]</a> destaca a natureza perceptiva e sensorial dessa relação que se abre ao encontro com o objeto não-Eu, sem que a vida psíquica do sujeito corra o risco de aniquilação — uma relação que expande e enriquece tanto o continente mental do sujeito quanto seus processos de identificação. Para lidar com tal contradição sobre a presença do objeto na vida anímica do sujeito, faz-se útil a noção de integridade dos objetos formulada por Bollas (2009). Experiências emocionais estão conectadas aos objetos que as desencadeiam. Bollas acredita que construímos a linguagem por meio da inteligência das formas, configurando nossa vida por meio da escolha de objetos completos e íntegros. A integridade de um objeto tem uma estrutura que pode desencadear processos evocativos.</p> Anna Ferruta Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2025-05-23 2025-05-23 32 2 Novas reflexões sobre o Processo Civilizatório a partir de uma expansão do conceito de sublimação em Jean Laplanche https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1389 <p>O ensaio propõe uma leitura metapsicológica da obra de Jean Laplanche, articulando sua Teoria da Sedução Generalizada com a hipótese de um <em>componente civilizatório</em> da pulsão sexual de vida. Questionando a centralidade do recalque no processo civilizatório tal como formulado por Freud, o autor desenvolve a tese de que a atividade tradutiva — especialmente em sua forma sublimatória — constitui não apenas o sujeito psíquico, mas também a possibilidade de laços solidários, de cuidado com o outro e de inscrição simbólica na cultura. A sublimação primária, aqui pensada como atividade de significação do enigma sexual do outro, funda um movimento ético de tradução, instaurando uma posição de escuta que reconhece e sustenta a alteridade como irredutível. Nesse contexto, o processo civilizatório é compreendido como um esforço coletivo e histórico de tradução compartilhada, enquanto os movimentos anticivilizatórios derivam do fracasso da tradução e da obstrução produzida por elementos do pseudoinconsciente do mito-simbólico. A clínica psicanalítica, longe de operar como dispositivo de cura, é apresentada como espaço ético de manutenção do enigma e de solidariedade silenciosa. Traduzir, escutar e cuidar passam a ser efeitos da atividade psíquica sublimatória, assim como fundamentos de um vir-a-ser humano vinculado à alteridade que nos constitui.</p> José Carlos Calich Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2025-05-23 2025-05-23 32 2 Quando o brinquedo não brinca https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1388 <p>O artigo explora os desafios da clínica psicanalítica em situações nas quais escutar e intervir tornam-se decisões particularmente delicadas. Nesses momentos, o analista se vê diante de um mal-estar constante, em que qualquer gesto — seja falar ou silenciar — carrega o risco de ser excessivo ou insuficiente. O conflito emerge no campo transferencial e contratransferencial, exigindo do par analítico a travessia de impasses por meio da criatividade e da coragem para lidar com lógicas paradoxais. Por meio de vinhetas clínicas e do diálogo com autores da psicanálise contemporânea, o texto destaca a exigência psíquica colocada sobre o analista: sustentar a turbulência e transformá-la em escuta e possibilidade de simbolização. Ao final, enfatiza-se a importância de acolher o impasse como caminho possível da clínica por meio do trânsito corajoso entre o caos e a criação.</p> Berta Hoffmann Azevedo Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2025-06-02 2025-06-02 32 2 Contextualizando a branquitude brasileira https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1258 <p>Nesse artigo, compreendemos o racismo como base fundamental do colonialismo, que se atualiza no capitalismo, inscrito no contexto de uma política tanto de morte para populações negras e indígenas quanto de privilégios para populações brancas. Realizamos uma revisão histórica brasileira a respeito desses significantes, através do excerto de trecho, adição no artigo de um fragmento da dissertação de mestrado apresentada no ano de 2025 ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, com o título <em>Dispositivos coletivos como possíveis furos de pactos narcísicos da branquitude.</em> O objetivo do presente trabalho é contextualizar a branquitude brasileira, apontando que o mito da democracia racial e da meritocracia buscam escamotear as diferenças entre imigrações compulsórias de africanos e imigrações subsidiadas de europeus e japoneses, transformando o Brasil no que é ainda hoje: um território que ganha seu nome a partir de um trauma, o qual segue existindo, para garantir que seja um país de políticas públicas voltadas aos brancos.</p> Mariana Mendonça Cabeça Gabriel Inticher Binkowski Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2025-05-27 2025-05-27 32 2 O problema econômico do masoquismo https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1231 <p>O artigo pretende revisitar o texto <em>O problema econômico do masoquismo</em> (Freud, 1924) neste momento em que se comemora os 100 anos de sua publicação e, ao mesmo tempo, discutir um dos frutos teóricos gerado por ele e considerado essencial na psicanálise: o masoquismo erógeno primário como guardião da vida e o masoquismo mortífero. A reflexão entrelaça o problema econômico do masoquismo com o seu par, a pulsão de morte, assim como o masoquismo erógeno primário e o intrincamento da pulsão de vida e da pulsão de morte. O autor também propõe uma rápida discussão sobre o masoquismo mortífero e o masoquismo guardião da vida, estudados por Benno Rosenberg (1991).</p> Luciane Falcão Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2025-05-27 2025-05-27 32 2 Análises iniciáveis https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1256 <p>A partir de vinhetas clínicas, o artigo visa indicar e problematizar alguma possibilidade de tato com o conteúdo do traumático. A aposta é de que a figurabilidade pode ser um fértil recurso técnico para o tratamento psicanalítico na contemporaneidade. Além disso, do ponto de vista teórico, a análise se concentrará na localização da discussão do trauma com base nas questões relativas ao que Freud indicou como o mecanismo de cisão do Ego, perpassando autores mais próximos da discussão atual sobre o trauma, tais como Balint (2014), Ferenczi (1933/2011), Botella e Botella (2002) e Bion (1994). Um eixo importante dessa reflexão será aquele aqui denominado de passagem da leitura ontológica para hermenêutica do Ego.</p> Maicon Pereira da Cunha Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2025-06-11 2025-06-11 32 2 Look for the light https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1271 <p>Sob a perspectiva psicanalítica, o artigo aborda o trauma e a sobrevivência psíquica com base em elementos ficcionais do jogo eletrônico <em>The Last of Us </em>(2013). O estudo do traumático é fundamental para o entendimento do psiquismo humano, e exemplos narrativos podem auxiliar na compreensão dos discursos psicanalíticos e das implicações biopsicossociais desse tema na prática clínica real. A narrativa de <em>The Last of Us </em>explora a luta pela sobrevivência e a complexidade das relações sociais em um mundo assolado por uma pandemia. Os protagonistas Ellie e Joel partem em uma jornada através dos EUA em busca de uma cura para a infecção causada pelo fungo Cordyceps. Apesar do caráter ficcional, a narrativa destaca elementos e situações amplamente presentes no mundo real. Experiências traumáticas, processo de luto, vínculos afetivos, processos familiares disfuncionais, adolescência e sexualidade são alguns dos elementos que transcendem o cunho ficcional dessa narrativa. O presente artigo demonstra que o trauma ficcional e suas implicações psicanalíticas podem ser utilizados de forma a auxiliar a prática clínica real do psicanalista e, desse modo, ampliar o entendimento sobre a psicanálise aplicada aos casos de sobrevivência pós-trauma.</p> Mariana Vieira Teles Luan Estrela Pietro Letícia Staub Limberger Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2025-06-10 2025-06-10 32 2