https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/issue/feed Revista de Psicanálise da SPPA 2023-08-31T12:29:38-03:00 Ana Cristina Pandolfo revista@sppa.org.br Open Journal Systems <p>A Revista de Psicanálise da SPPA é editada desde outubro de 1993 pela <a href="http://sppa.org.br/">Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre</a>, filiada à Associação Psicanalítica Internacional – IPA, sendo um periódico quadrimestral dirigido a pesquisadores, professores, profissionais e estudantes da área de psicanálise. A partir de 2020, ela aderiu ao sistema de publicação em fluxo contínuo. Podem ser submetidos artigos científicos que seguem altos padrões no cuidado editorial dos textos, apresentados nos idiomas português, espanhol, inglês, francês, alemão e italiano, com os requisitos de serem inéditos e originais no Brasil, elaborados em conformidade ao direito do autor e não submetidos ao mesmo tempo a avaliações em outras revistas nacionais.</p> https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1096 Dimensões da rejeição de Winnicott à pulsão de morte: agressividade sem ódio, trauma ambiental e regressão curativa 2023-04-28T16:08:21-03:00 Felipe Lyra da Silva felipe.cotia.lyra@gmail.com Carlos Augusto Peixoto Junior cpeixotojr@terra.com.br <p>O presente trabalho tem como ponto de partida a rejeição que D.W. Winnicott expressa, em diferentes partes de sua obra, à pulsão de morte. Objetiva-se mapear os aspectos do conceito que o autor discorda, bem como explicitar as alternativas propostas. Identificamos, de saída, uma dissociação fundamental entre a ideia de que existe uma agressividade constitucional ao sujeito e a concepção de que tal agressividade é imbuída de um ódio igualmente constitucional. Encontramos também uma noção de trauma que largamente prescinde do aspecto pulsional em favor da valorização do papel do ambiente, pois este traumatiza ao falhar com o sujeito, sobretudo nos primórdios da vida. Finalmente, o retorno ao inorgânico freudiano dá lugar à regressão curativa no setting psicanalítico. Subjacente a todas estas ideias, encontra-se um horizonte fundamental em termos éticos, teóricos e clínicos: o viver criativo.</p> 2023-04-28T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1174 Editorial 2023-08-23T19:24:02-03:00 Renato Moraes Lucas renatomlucas@terra.com.br Ana Cristina Pandolfo acpandolfo@terra.com.br <p>Prezados(as) leitores(as) Em seguimento à publicação do número 1 de INTRA, INTER E TRANS SUBJETIVIDADE, e em consonância com o tema, gostaríamos de descrever neste Editorial o processo pelo qual o fluxo circulante de pensamentos entre diferentes espaços de subjetividade culmina na definição de um tema e em uma proposição de escrita para a comunidade psicanalítica, processo este em constante desenvolvimento no seio da comissão editorial. Inicialmente, a partir de experiências e inquietações clínicas, assim como da atenção dada aos múltiplos espaços de onde possa provir a vivência psíquica, é solicitado à comissão para que tragam livremente para o grupo ideias e interrogações, as quais são tratadas, dentro do exercício possível da capacidade negativa, como um Squiggle game. Assim, imagens ideicas são rabiscadas, elementos são acrescentados e proto-caminhos são iniciados, desviados ou aclarados, até um tema ou campo temático ir aos poucos aparecendo. Sua utilidade para o trabalho clínico do leitor da Revista é continuamente revisada, o que constitui um ponto essencial de nosso periódico. Desta forma, a comissão pretende ser uma caixa de ressonância do grupo sociopsicanalítico em que está inserida e, ao propor um tema dentre tantos, tem por objetivo estar o mais próximo possível do que vem a nós. Ao editor, além da participação no referido processo, cabe a continência de uma etapa dissociativa seguida de uma outra integrativa. Pensamos ainda que a composição do grupo e sua coordenação, por constituírem elementos qualificativos do processo – ao ressaltarem um vértice –, demandam uma circulação periódica de lugares com o objetivo de manter a devida insaturação. Neste caminho, como já referido no editorial anterior, a partir do próximo número, passará a ocupar o lugar de editor chefe a colega Ana Cristina Pandolfo. Tenho certeza de que, com sua sensibilidade, acurácia e liberdade, ela seguirá e ampliará o já frutífero caminho percorrido ao longo de 30 anos da Revista, assim como continuará aprimorando este instrumento de escuta do anseio de nossos leitores. Em suas palavras: a realização deste editorial, em que a transição pode ser vivida de forma orgânica, constituindo o devir natural dos processos de transformação, tem a marca da intra, trans e intersubjetividade. Nossa compreensão e respeito pelo mundo interno individual, bem como a noção de que os processos culturais que nos atravessam precisam ser cada vez mais considerados, permite que emerja, justamente na intersubjetividade deste encontro, deste “entre mentes”, algo criativo. É assim que buscamos construir cada novo número da revista, e é como sinto que a “passagem” de editoria tem sido feita: no “entre” dois editores que escrevem este editorial, de forma complementar – um lugar/encontro de inspiração e abertura. Certamente não foram fáceis os últimos anos: afinal, vivemos a pandemia, com suas incertezas, perdas e ameaças, bem como tensões, polarizações e indefinições mundiais. Desta forma, fica aqui o meu agradecimento para Renato Lucas, por propiciar sempre uma essencial capacidade negativa, para a querida colega de coeditoria, Elena Tomasel, pelo entusiasmo e parceria, e para toda a Comissão Editorial, pela incansável busca por funcionar de forma integrada, como grupo de trabalho. Acompanhar Renato Lucas como editora associada possibilitou-me aprender e apropriar-me gradativamente deste momento. Liberdade de pensar, expressão de ideias e de posições, respeito pelo diferente, pelo novo e, às vezes, pelo disruptivo necessário... isto tudo sem deixar de lado o rigor científico e a profundidade psicanalítica... um precipitado de ingredientes tão caros à tarefa de editoria, e que Renato e todos os editores anteriores nos deixam de legado. São trinta anos de construção sólida e de qualidade, os quais celebraremos em outubro em um evento científico, concebido para pensar a revista, suas perspectivas e desafios nos tempos atuais. Minha tarefa como nova editora chefe recebe como herança esta base e estrutura, que precisa ser mantida e cuidada, bem como, ao mesmo tempo, necessita seguir em busca de transformações, evoluções e expansões – tema do nosso próximo número, sobre Bion. O número 2 da Revista que ora publicamos apresenta desenvolvimentos que buscam, além da ampliação conceitual temática, discutir aspectos mais diretamente relacionados à técnica psicanalítica. Para iniciar, publicamos dois artigos que focalizam a inter e a trans subjetividade em termos socioinstitucionais. O artigo A política carnavalesca de um corpo pandêmico, de Shlomit Yadlin-Gadot, estuda a manifestação carnavalesca, tomada tanto como reação contra o Estado quanto como um esforço para reapropriar-se de um senso corporal do Eu e do outro, fruto de um processo trans subjetivo decorrente do efeito da ameaça à identidade em termos da violação dos limites corporais, da interrupção dos contatos sociais e da indefinição do nosso pertencimento a grupos trazidos pela pandemia da Covid-19. Ricardo G. Readi, em Cuidado defensivo: defesa social em instituições de saúde, estuda a Defesa Social, um conceito psicanalítico para pensar as instituições humanas. Ressalta a possibilidade de conluio entre defesas individuais e mecanismos inconscientes do grupo institucionalizado, com o objetivo de contenção dos estados mentais primitivos. Dando seguimento, rumamos para estudos de vértice mais clínico. Glenda Cryan, Marcela Pitone, Roberta Gorischnik e Angeles Aparain, em Inter subjetividade: análise de relatos em uma sessão vincular de um adolescente e sua mãe, realizam um amplo resgate do vínculo intersubjetivo. Consideram que ele abarca o intrassubjetivo, mas não o elimina, constituindo-se como uma nova realidade psíquica que surge entre dois ou mais sujeitos e que possibilita a emergência de certos processos e fenômenos. Assim, um sujeito, sujeito-comoutros encontram-se na trama das redes sociais e vinculares em constante fluxo e transformação, dando origem a novas qualidades. Desta forma, a intersubjetividade poderia se constituir na via régia para a análise do que surge em uma sessão clínica. Exemplificando esta concepção, um rico e detalhado material clínico de uma sessão vincular é apresentado. Mônica Poglia Leal e Rafael Werner Lopes, por sua vez, apresentam e discutem a concepção de polifonia do sonho de René Kaës. Embasada na teoria freudiana do sonho e na polifonia do discurso de Bakhtin – em que a organização discursiva é sempre constituída a partir e através do discurso do outro em uma interatividade que envolve a interiorização de discursos preexistentes e presentes em uma rede tensionada por diversas subjetividades – mostram que a referida concepção de Kaës, na qual se ressaltam aspectos inter e trans subjetivos, visa ampliar a teoria do sonho de Freud. A seguir, Maria da Graça Motta discute a inter-relação entre vivências traumáticas e fenômenos dissociativos em Fragmentação de identidade: muitos para tentar ser um. O estudo apresenta o processo de fragmentação de identidade, quando subjetividades dissociadas se relacionam de forma intra e intersubjetiva, além de discutir abordagens psicanalíticas para favorecer a maior integração entre estados de self. O artigo Contratransferência e subjetividade primária do analista: um recorrido pela literatura psicanalítica, de Idete Zimerman Bizzi, revisita as múltiplas concepções de contratransferência, com ênfase na subjetividade do analista, para construir o conceito de subjetividade primária do analista que, em suas características de unicidade e alteridade, se diferencia e se articula com o conceito de contratransferência. Aspectos referentes à vivência intersubjetiva primitiva foram primordialmente introduzidos no pensamento psicanalítico por Sándor Ferenczi. O artigo “O último Ferenczi” – um breve estudo, de Ana Lucia Monteiro Oliveira, Anette Blaya Luz, Denise Steibel, Maristela Priotto Wenzel e Paulo Berél Sukiennik, apresenta as considerações propostas pelo autor sobre a metapsicologia do trauma e sua possível antecipação técnica e teórica à psicanálise contemporânea no que se refere à contratransferência e à intersubjetividade. Neste caminho, no artigo Tempo de desespero: disrupção do processo analítico, Candice Campos, Fernanda Crestana e Luciane Falcão mostram que os traumas primitivos, que permanecem não integrados, introduzem uma intensa destrutividade no campo analítico. Seguindo as contribuições de Ferenczi, o indivíduo traumatizado se identificaria com o objeto que o traumatiza e, agora transferencialmente, ele colocaria o analista a ocupar de forma passiva e silenciosa o lugar que um dia foi dele frente ao objeto traumatizante. Tal estruturação transferencial poderá bloquear a capacidade transformadora do analista, conduzindo a um fracasso terapêutico. Por fim, publicamos Autoanálise: construindo minha subjetividade, de Luiz Ernesto Cabral Pellanda. À luz do paradigma da complexidade, o autor, juntando as diferentes dimensões da realidade, realiza um longo e sensível exercício integrativo dos elementos contribuintes de seu processo de subjetivação e das implicações disto para a sua prática psicanalítica. Na seção de Temas Diversos, apresentamos o artigo Dimensões da rejeição de Winnicott à pulsão de morte: agressividade sem ódio, trauma ambiental e regressão curativa, de Felipe Lyra da Silva e Augusto Peixoto Junior. Os autores discorrem sobre a conhecida rejeição de Winnicott à concepção freudiana de pulsão de morte, que culmina em uma formulação diferenciada de trauma e de relação terapêutica para este autor. Novamente esperamos que o presente número possa ser apreciado por sua efetiva contribuição ao pensamento analítico dos leitores. Renato Moraes Lucas Ana Cristina Pandolfo Editores-Chefes da Revista de Psicanálise da SPPA</p> 2023-08-23T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1172 A política carnavalesca de um corpo pandêmico 2023-08-11T11:11:57-03:00 Shlomit Yadlin-Gadot gashlomit@gmail.com <p>A Covid-19 afetou nossas vidas de inúmeras e, antes do seu surgimento, inimagináveis formas. Entre seus efeitos, está a ameaça à nossa identidade em termos de limites corporais violados, contatos sociais interrompidos e indefinição do nosso pertencimento a grupos. Uma resposta a esta ameaça físico-social misturada tem sido um aumento sem precedentes da transubjetividade como uma forma de intersubjetividade que é, ao mesmo tempo, elevada e reduzida. Neste artigo, exploramos tal fenômeno na sua manifestação carnavalesca, expressando-se tanto como revolta contra o controle do Estado quanto como um esforço para se reapropriar de um senso corporal do Eu e do outro. Ilustro essas ideias com referências teóricas, visuais e clínicas.</p> 2023-08-11T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1167 Cuidado defensivo: defesa social em instituições de saúde 2023-07-04T12:44:33-03:00 Ricardo Readi rreadig@gmail.com <p>O presente trabalho consiste em uma abordagem do conceito de Defesa Social, que consolida uma forma de aplicar o pensamento psicanalítico às institucionalidades humanas. O autor descreverá rapidamente o caminho percorrido pela teoria psicanalítica até delimitar esse conceito, para depois enfatizar suas implicações para as instituições de saúde. Aponta-se a importância de considerar as formas em que defesas individuais tendem ao conluio com os mecanismos inconscientes do grupo institucionalizado, quando certas condições serão decisivas para a contenção dos estados mentais primitivos. Será enfatizada a possibilidade dessas dinâmicas terem efeitos concretos na capacidade e saúde dos trabalhadores, no tratamento de seus pacientes e, sobretudo, na perda de sentido que referidas pessoas experimentam em sua relação com essa instituição. Duas vinhetas são incluídas para tentar ilustrar tais dinâmicas.</p> 2023-07-04T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1173 Intersubjetividade: análise de relatos em uma sessão vincular de um adolescente e sua mãe 2023-08-22T11:36:54-03:00 Glenda Cryan gcryan@psi.uba.ar Marcela Pitone marcelavalentinapitone@outlook.com.ar Roberta Gorischnik robertagoris@gmail.com Angeles Aparain aaparain@hotmail.com <p>O objetivo deste artigo é analisar a intersubjetividade (entendida como um espaço psíquico diferente daquele dos sujeitos que o constituem e que possibilitam o estabelecimento de uma nova realidade) em uma sessão de vínculo entre um adolescente violento e sua mãe. A análise será feita a partir da leitura psicanalítica de Maldavsky sintetizada no método de análise do discurso denominado Algoritmo David Liberman-ADL, (Maldavsky, 2001, 2004, 2005, 2013), que permite observar desejos, defesas predominantes, pensamento pré-consciente-consciente e suas falhas, focando na diferenciação das histórias centradas em terceiros daquelas centradas no próprio narrador. Por meio do discurso do adolescente e de sua mãe, foi possível observar o vínculo que eles conseguiram estabelecer ao longo de suas vidas, nas quais predominam situações de privação e vulnerabilidade psicossocial.</p> 2023-08-22T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1160 Sonhos polifônicos em René Kaës 2023-06-22T15:43:32-03:00 Mônica Poglia Leal pl.monica@hotmail.com Rafael Werner Lopes rafaelwernerlopes@hotmail.com <p>O presente texto procura apresentar, em termos gerais, a concepção de René Kaës acerca da teoria do sonho em sua vinculação com o pensamento freudiano e a noção bakhtiniana de polifonia do discurso. A originalidade da obra de Kaës se insurge dos vínculos matriciais com o pensamento de Freud, mas também reivindica – em relação a tal pensamento – uma abertura na compreensão psicanalítica do fenômeno do sonho.</p> 2023-06-22T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1168 Fragmentação de identidade: muitos para tentar ser um 2023-07-05T15:20:08-03:00 Maria da Graça Motta mgmotta@terra.com.br <p>A autora discute a inter-relação psicanalítica entre vivências traumáticas e fenômenos dissociativos. Compreende que a constituição dinâmica entre várias partes do self fica impedida significativamente em consequência de experiências traumáticas. Nessa perspectiva, a partir de sua clínica e do referencial de outros autores que trabalham com transtornos dissociativos, inclusive de identidade, terá como principais objetivos: 1º - compreender os fenômenos dissociativos, 2º - entender como se constrói uma mente fragmentada a partir de vivências traumáticas e 3º - trazer algumas abordagens psicanalíticas que possam favorecer, nos pacientes e analistas, a maior integração entre seus estados de self.</p> 2023-07-10T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1169 Contratransferência e subjetividade primária do analista: um recorrido pela literatura psicanalítica 2023-07-14T14:34:36-03:00 Idete Zimerman Bizzi idetezbizzi@gmail.com <p>A autora busca, neste trabalho, revisitar acepções conferidas ao conceito de contratransferência na obra de autores paradigmáticos nessa temática, enfatizando, em cada pensador, os enfoques dados ao fator de subjetividade pessoal do analista. O conceito de subjetividade primária do analista, cunhado pela autora para fazer referência a um tipo específico de subjetividade do analista caracterizada por sua unicidade (caráter de ser única, diversa da subjetividade do paciente) e alteridade (caráter de ser outra, externa e existir, em alguma medida, independentemente da subjetividade do paciente), é diferenciado de, ao mesmo tempo que é articulado ao conceito de contratransferência. Seguindo uma linearidade cronológica no movimento psicanalítico, são comentados os escritos de Freud, Ferenczi, Racker, Heimann, Little, Barrangers e Bion, complementados pelo exame do fenômeno terciário a partir de Green e Ogden. O trabalho destaca nuances conceituais de cada autor, que frequentemente escapam às necessárias generalizações em que incorre a transmissão transgeracional da teoria psicanalítica, e, de forma complementar, propõe reflexões sobre a presença de fatores subjetivos idiossincráticos do analista no campo analítico.</p> 2023-07-14T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1171 “O último Ferenczi”: um breve estudo 2023-08-02T14:54:27-03:00 Ana Lucia Monteiro Oliveira analm_oliveira@yahoo.com.br Anette Blaya Luz anettebluz@gmail.com Denise Steibel denisesteibel@gmail.com Maristela Priotto Wenzel maristelapw@terra.com.br Paulo Berél Sukiennik pauloberel@hotmail.com <p>O artigo descreve as últimas considerações propostas por Sándor Ferenczi sobre a metapsicologia do trauma. Os autores analisam de forma sintética os principais textos escritos pelo psicanalista húngaro desde 1928 até a sua morte em 1933, incluindo uma pequena síntese do livro Diário clínico (1985/1990b), publicado após o seu falecimento. Apresentam, também, algumas conclusões que remetem a uma muito provável influência de Ferenczi no corpo teórico e técnico da psicanálise contemporânea, especialmente em contribuições referentes à contratransferencia e à intersubjetividade.</p> 2023-08-02T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1161 Tempo de desespero: disrupção do processo analítico 2023-06-22T15:57:34-03:00 Candice Campos candicepcampos@gmail.com Fernanda Crestana fcrestana@gmail.com Luciane Falcão lufalcao60@gmail.com <p>Esse artigo pretende refletir sobre a questão da destrutividade no campo analítico através de alguns aportes teóricos e clínicos. Um certo número de pacientes fortemente traumatizados apresenta essa destrutividade de forma intensa, de modo que violência e agressividade passam a ser elementos ativos nos processos transferenciais do paciente para o analista e do analista para o paciente. Percebemos aí uma engrenagem psíquica em que a identificação com o agressor é um aspecto predominante. Por meio da compulsão à repetição, essa identificação é reapresentada na cena analítica, abrindo espaço para que vivências traumáticas primitivas se presentifiquem no campo analítico. Em um primeiro momento, o analista ocupa de forma passiva e silenciosa o lugar que um dia foi do paciente que, antes de ter um aparelho psíquico capaz de dar conta dessa pulsionalidade e de ter vivido um processo de subjetivação, sofreu passivamente a violência primitiva na relação com o objeto que deveria ser protetor. Porém, tal violência também se presentifica no psiquismo do analista, bloqueando sua capacidade transformadora, e essa conjunção potencializa o caminho para o fracasso terapêutico. Enfim, parece-nos fundamental pensar que a própria psicanálise também vive seus reveses, suas ilusões e suas desilusões.</p> 2023-06-22T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1111 Autoanálise: construindo minha subjetividade 2023-06-09T11:11:29-03:00 Luiz Ernesto Cabral Pellanda pellanda@mac.com <p>O presente trabalho trata do meu processo de subjetivação com implicações na prática psicanalítica que realizei ao longo de sessenta anos à luz do paradigma da complexidade. Na perspectiva da complexidade, que substitui o paradigma da fragmentação, o meu olhar junta as diferentes dimensões da realidade e, assim, a minha subjetividade torna-se inseparável da minha práxis e do meio ambiente do qual fiz parte, a Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre.</p> 2023-06-09T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023