Revista de Psicanálise da SPPA https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA <p>A Revista de Psicanálise da SPPA é editada desde outubro de 1993 pela <a href="http://sppa.org.br/">Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre</a>, filiada à Associação Psicanalítica Internacional – IPA, sendo um periódico quadrimestral dirigido a pesquisadores, professores, profissionais e estudantes da área de psicanálise. A partir de 2020, ela aderiu ao sistema de publicação em fluxo contínuo. Podem ser submetidos artigos científicos que seguem altos padrões no cuidado editorial dos textos, apresentados nos idiomas português, espanhol, inglês, francês, alemão e italiano, com os requisitos de serem inéditos e originais no Brasil, elaborados em conformidade ao direito do autor e não submetidos ao mesmo tempo a avaliações em outras revistas nacionais.</p> pt-BR <p><span class="VIiyi" lang="pt"><span class="JLqJ4b ChMk0b" data-language-for-alternatives="pt" data-language-to-translate-into="es" data-phrase-index="0"><span>Atribuo os direitos autorais que pertencem a mim, sobre o presente trabalho, à SPPA, que poderá utilizá-lo e publicá-lo pelos meios que julgar apropriados, inclusive na Internet ou em qualquer outro processamento de computador.</span></span></span></p><p><em><span class="VIiyi" lang="en"><span class="JLqJ4b ChMk0b" data-language-for-alternatives="en" data-language-to-translate-into="pt" data-phrase-index="0">I attribute the copyrights that belong to me, on this work, to SPPA, which may use and publish it by the means it deems appropriate, including on the Internet or in any other computer processing.</span></span></em></p><p><em><span class="VIiyi" lang="en"><span class="JLqJ4b ChMk0b" data-language-for-alternatives="en" data-language-to-translate-into="pt" data-phrase-index="0"><span class="VIiyi" lang="es"><span class="JLqJ4b ChMk0b" data-language-for-alternatives="es" data-language-to-translate-into="pt" data-phrase-index="0">Atribuyo los derechos de autor que me pertenecen, sobre este trabajo, a SPPA, que podrá utilizarlo y publicarlo por los medios que considere oportunos, incluso en Internet o en cualquier otro tratamiento informático.</span></span></span></span></em></p> revista@sppa.org.br (Ana Cristina Pandolfo) revista@sppa.org.br (Eunice Schwaste) Fri, 23 May 2025 00:00:00 -0300 OJS 3.3.0.14 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 Entre a norma e o poder https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1407 <p>A branquitude constitui um conceito sociológico que denota a posição de privilégio e vantagem estrutural ocupada por indivíduos racialmente categorizados como brancos em sociedades marcadas por hierarquias raciais, como é o caso da brasileira. Esse constructo está intrinsecamente vinculado ao processo histórico de racialização, o qual emergiu no século XIX como um discurso pseudocientífico destinado a legitimar desigualdades sociais, correlacionando traços fenotípicos — como a cor da pele — a supostas superioridades morais, intelectuais e estéticas. No contexto brasileiro, o racismo estrutural se evidencia na naturalização de instituições predominantemente brancas, cuja sub-representação de negros reflete uma ordem social que, de forma sistemática, privilegia a branquitude. Dois pilares ideológicos sustentam essa dinâmica de dominação racial: o mito da democracia racial, que dissimula as disparidades ao propagar a noção de equidade entre brancos e negros, e a meritocracia, que atribui o sucesso ao mérito individual, obscurecendo os mecanismos de privilégio inerentes à branquitude. Enquanto o racismo interpessoal se manifesta de forma explícita em atos discriminatórios, o racismo estrutural opera de modo difuso, reproduzindo desigualdades por meio de instituições e práticas sociais institucionalizadas. A superação do racismo estrutural demanda transformações estruturais, como a garantia de acesso equitativo à educação, saúde, oportunidades laborais e redistribuição de renda e terra, além do reconhecimento crítico de que a branquitude não constitui uma essência biológica, mas uma posição de poder historicamente construída e perpetuada.</p> Lia Vainer Schucman Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1407 Tue, 15 Jul 2025 00:00:00 -0300 Contextualizando a branquitude brasileira https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1258 <p>Nesse artigo, compreendemos o racismo como base fundamental do colonialismo, que se atualiza no capitalismo, inscrito no contexto de uma política tanto de morte para populações negras e indígenas quanto de privilégios para populações brancas. Realizamos uma revisão histórica brasileira a respeito desses significantes, através do excerto de trecho, adição no artigo de um fragmento da dissertação de mestrado apresentada no ano de 2025 ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, com o título <em>Dispositivos coletivos como possíveis furos de pactos narcísicos da branquitude.</em> O objetivo do presente trabalho é contextualizar a branquitude brasileira, apontando que o mito da democracia racial e da meritocracia buscam escamotear as diferenças entre imigrações compulsórias de africanos e imigrações subsidiadas de europeus e japoneses, transformando o Brasil no que é ainda hoje: um território que ganha seu nome a partir de um trauma, o qual segue existindo, para garantir que seja um país de políticas públicas voltadas aos brancos.</p> Mariana Mendonça Cabeça, Gabriel Inticher Binkowski Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1258 Tue, 27 May 2025 00:00:00 -0300 Editorial https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1398 Ana Cristina Pandolfo Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1398 Fri, 27 Jun 2025 00:00:00 -0300 A psicanálise em face da religião como dogma e como mito. Vatersehnsucht e Muttersehnsucht na gênese da fé https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1379 <p>No presente trabalho, refletimos sobre o sentimento religioso a partir de uma perspectiva psicanalítica. Em primeiro lugar, reconstruímos a crítica de Sigmund Freud à religião, centrada no questionamento do dogmatismo e da obediência irrefletida, os quais se fundamentam na <em>Vatersehnsucht</em> e dão forma à neurose obsessiva universal. Para cumprir esse objetivo, começamos revisitando as primeiras aproximações de Freud ao fenômeno no início do século XX e integrando tanto as teses centrais de <em>O futuro de uma ilusão </em>(1927) quanto as contribuições de seus últimos escritos sobre o tema. Após expor os traços autoritários e obscurantistas do discurso religioso, abordamos o valor antitirânico e antidogmático da religiosidade como mito, servindo-nos das categorias freudianas. Ilustramos essa dimensão menos explorada da fé recorrendo a elementos das tradições grega e judaico-cristã que podem operar, mais do que como um incentivo, como um limite ao narcisismo exacerbado. Por fim, destacamos que, junto à nostalgia paterna, é possível identificar um <em>anseio materno</em> (<em>Muttersehnsucht</em>) como núcleo da religiosidade, um sentimento presente na teoria freudiana embora não suficientemente esclarecido. Despojado de suas tendências regressivas, tal anseio poderia ser um reservatório de vínculos eróticos por vir.</p> Leandro Drivet Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1379 Fri, 04 Jul 2025 00:00:00 -0300 Novas reflexões sobre o Processo Civilizatório a partir de uma expansão do conceito de sublimação em Jean Laplanche https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1389 <p>O ensaio propõe uma leitura metapsicológica da obra de Jean Laplanche, articulando sua Teoria da Sedução Generalizada com a hipótese de um <em>componente civilizatório</em> da pulsão sexual de vida. Questionando a centralidade do recalque no processo civilizatório tal como formulado por Freud, o autor desenvolve a tese de que a atividade tradutiva — especialmente em sua forma sublimatória — constitui não apenas o sujeito psíquico, mas também a possibilidade de laços solidários, de cuidado com o outro e de inscrição simbólica na cultura. A sublimação primária, aqui pensada como atividade de significação do enigma sexual do outro, funda um movimento ético de tradução, instaurando uma posição de escuta que reconhece e sustenta a alteridade como irredutível. Nesse contexto, o processo civilizatório é compreendido como um esforço coletivo e histórico de tradução compartilhada, enquanto os movimentos anticivilizatórios derivam do fracasso da tradução e da obstrução produzida por elementos do pseudoinconsciente do mito-simbólico. A clínica psicanalítica, longe de operar como dispositivo de cura, é apresentada como espaço ético de manutenção do enigma e de solidariedade silenciosa. Traduzir, escutar e cuidar passam a ser efeitos da atividade psíquica sublimatória, assim como fundamentos de um vir-a-ser humano vinculado à alteridade que nos constitui.</p> José Carlos Calich Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1389 Fri, 23 May 2025 00:00:00 -0300 Reflexões sobre o humano e as tecnologias — novas ferramentas/velhas ilusões https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1385 <p>O espaço de ilusão promovido pelos cuidadores permite à criança suportar o excesso provocado pela vivência inicial de caos, constituindo um espaço a ser preservado ao longo da vida para permitir o enfrentamento de situações que excedem a capacidade do psiquismo. Entretanto, a ilusão de onipotência e de autoengendramento ocupa um lugar central na cultura do Narcisismo que marca a contemporaneidade. Neste contexto, estão inseridas as tecnologias digitais, que, ao mesmo tempo em que resultam da busca humana por satisfação do desejo narcísico de preservação do mundo onipotente, também estimulam essa mesma ilusão. Considerando que as tecnologias podem conduzir a modificações em nossos corpos e no nosso psiquismo, o debate sobre o tema ocupa um lugar central na atualidade. O presente artigo contribui para tal debate a partir do vértice psicanalítico.</p> Maria Cristina Garcia Vasconcellos Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1385 Fri, 11 Jul 2025 00:00:00 -0300 Do futuro de uma ilusão a uma alucinação sem futuro na sociedade da positividade https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1386 <p>O artigo discute como a psicanálise, desde Freud, investiga a relação do ser humano com o meio em que vive e como a cultura influencia a constituição da subjetividade. Ressalta-se a importância do desenvolvimento da capacidade simbólica e da elaboração do desamparo, assim como o reconhecimento da incompletude e da mortalidade para o livre pensar, para a criatividade e para a vida em sociedade. Na contemporaneidade, em que prevalece a cultura do narcisismo, observa-se a negação da castração e da morte, favorecendo ilusões totalitárias e a alucinação de um mundo que nega a mortalidade. A partir das obras de Byung-Chul Han (2015, 2017a, 2017b), o texto analisa a transição do paradigma imunológico para o paradigma neuronal, caracterizado pelo excesso de positividade, apagamento da alteridade e culto ao desempenho. Para ilustrar essas ideias, utiliza-se o filme <em>The square: a arte da discórdia </em>(2017), que critica a sociedade atual e expõe, com ironia, o colapso emocional e relacional do sujeito contemporâneo.</p> Ignácio A. Paim Filho, Magali Fischer, Maria Cristina Garcia Vasconcellos, Regina Pereira Klarmann, Rossana Nicoliello Pinho, Sandra Machado Wolffenbüttel Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1386 Mon, 14 Jul 2025 00:00:00 -0300 O encontro com os objetos no pensamento de Winnicott https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1371 <p>A autora propõe uma reflexão sobre a complexa articulação do pensamento de Winnicott acerca das relações objetais. Em seus escritos sobre o uso de um objeto, ele enfatiza o uso da pulsão destrutiva para conferir ao objeto a dimensão de alteridade e, ao sujeito, a dimensão de independência, com base no contato de seu núcleo pulsional. Ao teorizar sobre o objeto transicional, Winnicott (1971)<a href="#_ftn1" name="_ftnref1">[1]</a> destaca a natureza perceptiva e sensorial dessa relação que se abre ao encontro com o objeto não-Eu, sem que a vida psíquica do sujeito corra o risco de aniquilação — uma relação que expande e enriquece tanto o continente mental do sujeito quanto seus processos de identificação. Para lidar com tal contradição sobre a presença do objeto na vida anímica do sujeito, faz-se útil a noção de integridade dos objetos formulada por Bollas (2009). Experiências emocionais estão conectadas aos objetos que as desencadeiam. Bollas acredita que construímos a linguagem por meio da inteligência das formas, configurando nossa vida por meio da escolha de objetos completos e íntegros. A integridade de um objeto tem uma estrutura que pode desencadear processos evocativos.</p> Anna Ferruta Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1371 Fri, 23 May 2025 00:00:00 -0300 Quando a subjetividade acontece https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1365 <p>A partir do conceito de Acontecimento, busca-se compreender e refletir, do ponto de vista da teoria da técnica, quando algo inédito ocorre em um tratamento psicanalítico e pode dar lugar a um sujeito também inédito. Aproximações teóricas com conceitos clássicos a respeito da formação da subjetividade são feitas, diferenciando os efeitos tanto do trauma quanto do <em>après-coup</em>, da clivagem e do acontecimento. Duas vinhetas clínicas e um exemplo na literatura buscam ilustrar o tema. Nesses casos, o compromisso ético do analista contemporâneo com o novo sujeito é indicado.</p> Cátia Olivier Mello Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1365 Fri, 27 Jun 2025 00:00:00 -0300 Quando o brinquedo não brinca https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1388 <p>O artigo explora os desafios da clínica psicanalítica em situações nas quais escutar e intervir tornam-se decisões particularmente delicadas. Nesses momentos, o analista se vê diante de um mal-estar constante, em que qualquer gesto — seja falar ou silenciar — carrega o risco de ser excessivo ou insuficiente. O conflito emerge no campo transferencial e contratransferencial, exigindo do par analítico a travessia de impasses por meio da criatividade e da coragem para lidar com lógicas paradoxais. Por meio de vinhetas clínicas e do diálogo com autores da psicanálise contemporânea, o texto destaca a exigência psíquica colocada sobre o analista: sustentar a turbulência e transformá-la em escuta e possibilidade de simbolização. Ao final, enfatiza-se a importância de acolher o impasse como caminho possível da clínica por meio do trânsito corajoso entre o caos e a criação.</p> Berta Hoffmann Azevedo Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1388 Mon, 02 Jun 2025 00:00:00 -0300 Sonhar, fantasiar, virtualizar https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1397 <p>O impacto das tecnologias digitais no psiquismo e na vida mental vem preocupando cada vez mais à medida que vemos tais tecnologias se inserirem na vida cotidiana e aderirem exponencialmente à ela. O psicanalista francês Serge Tisseron (2015), através do livro <em>Sonhar, fantasiar, virtualizar: do virtual psíquico ao virtual digital</em>, aborda aspectos do funcionamento mental e a maneira com que as tecnologias atuais funcionam como um prolongamento de nós mesmos. De forma clara e profunda, por meio do resgate de autores importantes do pensamento psicanalítico, ele expõe como as tecnologias podem tanto expandir nossas potencialidades quanto nossos piores medos e fragilidades.</p> Denise Steibel Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1397 Fri, 27 Jun 2025 00:00:00 -0300 O problema econômico do masoquismo https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1231 <p>O artigo pretende revisitar o texto <em>O problema econômico do masoquismo</em> (Freud, 1924) neste momento em que se comemora os 100 anos de sua publicação e, ao mesmo tempo, discutir um dos frutos teóricos gerado por ele e considerado essencial na psicanálise: o masoquismo erógeno primário como guardião da vida e o masoquismo mortífero. A reflexão entrelaça o problema econômico do masoquismo com o seu par, a pulsão de morte, assim como o masoquismo erógeno primário e o intrincamento da pulsão de vida e da pulsão de morte. O autor também propõe uma rápida discussão sobre o masoquismo mortífero e o masoquismo guardião da vida, estudados por Benno Rosenberg (1991).</p> Luciane Falcão Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1231 Tue, 27 May 2025 00:00:00 -0300 A pessoa do analista https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1405 <p>O autor parte do exame de algumas características gerais possivelmente compartilhadas pela quase totalidade dos psicanalistas, detendo-se em especial na identidade analítica e na escuta analítica. Em seguida, considera aspectos da pessoa do analista e da singularidade de suas experiências tanto de vida quanto analíticas, caracterizando esta pessoa como uma obra em construção durante todo o seu ciclo vital analítico.</p> Cláudio Laks Eizirik Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1405 Fri, 04 Jul 2025 00:00:00 -0300 Análises iniciáveis https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1256 <p>A partir de vinhetas clínicas, o artigo visa indicar e problematizar alguma possibilidade de tato com o conteúdo do traumático. A aposta é de que a figurabilidade pode ser um fértil recurso técnico para o tratamento psicanalítico na contemporaneidade. Além disso, do ponto de vista teórico, a análise se concentrará na localização da discussão do trauma com base nas questões relativas ao que Freud indicou como o mecanismo de cisão do Ego, perpassando autores mais próximos da discussão atual sobre o trauma, tais como Balint (2014), Ferenczi (1933/2011), Botella e Botella (2002) e Bion (1994). Um eixo importante dessa reflexão será aquele aqui denominado de passagem da leitura ontológica para hermenêutica do Ego.</p> Maicon Pereira da Cunha Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1256 Wed, 11 Jun 2025 00:00:00 -0300 Look for the light https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1271 <p>Sob a perspectiva psicanalítica, o artigo aborda o trauma e a sobrevivência psíquica com base em elementos ficcionais do jogo eletrônico <em>The Last of Us </em>(2013). O estudo do traumático é fundamental para o entendimento do psiquismo humano, e exemplos narrativos podem auxiliar na compreensão dos discursos psicanalíticos e das implicações biopsicossociais desse tema na prática clínica real. A narrativa de <em>The Last of Us </em>explora a luta pela sobrevivência e a complexidade das relações sociais em um mundo assolado por uma pandemia. Os protagonistas Ellie e Joel partem em uma jornada através dos EUA em busca de uma cura para a infecção causada pelo fungo Cordyceps. Apesar do caráter ficcional, a narrativa destaca elementos e situações amplamente presentes no mundo real. Experiências traumáticas, processo de luto, vínculos afetivos, processos familiares disfuncionais, adolescência e sexualidade são alguns dos elementos que transcendem o cunho ficcional dessa narrativa. O presente artigo demonstra que o trauma ficcional e suas implicações psicanalíticas podem ser utilizados de forma a auxiliar a prática clínica real do psicanalista e, desse modo, ampliar o entendimento sobre a psicanálise aplicada aos casos de sobrevivência pós-trauma.</p> Mariana Vieira Teles, Luan Estrela Pietro, Letícia Staub Limberger Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1271 Tue, 10 Jun 2025 00:00:00 -0300 Trauma, onipotência e realidade https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1296 <p>O presente artigo pretende discutir os desafios clínicos representados pela presença da onipotência do pensamento e seus efeitos na clínica psicanalítica. A partir de uma vinheta clínica, são tecidas articulações entre conceitos fundamentais das teorias de Sigmund Freud e de Sándor Ferenczi acerca do trauma psíquico e suas vicissitudes. A proposta não é complementar as ideias desses autores, mas criar um diálogo crítico e criativo, utilizando conceitos de ambos para trabalhar com a experiência clínica apresentada. A reflexão propõe que o conceito de fantasia em Freud e a ilusão de onipotência em Ferenczi possam se inter-relacionar de maneira inovadora para uma compreensão mais profunda do trauma psíquico e de como tratá-lo.</p> Thais Siqueira Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1296 Fri, 27 Jun 2025 00:00:00 -0300