Indignação: entre o fim da ingenuidade e o prenúncio da tragédia
Abstract
O presente trabalho consiste num exercício psicanalítico inspirado na leitura do livro Indignação de Phillip Roth (2008). Seu principal objetivo é discutir, à luz da teoria do campo psicanalítico, a organização de um campo geracional crivado de conflitos que conduzem o herói do romance a um desfecho trágico. Inspirados na teoria do campo (Baranger & Baranger, 1961-62), os autores introduzem o tema proposto a partir de duas falas dos protagonistas da trama construída por Roth, como se estivessem se apresentando em uma sessão psicanalítica. No seguimento, apresentam algumas considerações sobre a obra e seu autor e sobre o campo criado entre o leitor e o processo de leitura. Por fim, buscam explorar, estimulados pela riqueza dramática da leitura do romance, alguns aspectos psicanalíticos sobre a trajetória do herói, cujo afastamento deliberado do convívio familiar é um disfarce inconsciente para a dificuldade de enfrentar o confronto geracional. As hipóteses psicanalíticas de filicídio e simbiose pai-filho são consideradas.
Palavras-chave: Phillip Roth, adolescência, campo analítico, filicídio.
Abstract
Indignation: between the end of naivety and the beginning of tragedy
This paper is a psychoanalytic exercise encouraged by the reading of the book Indignation by Philip Roth (2008). In light of the psychoanalytic field theory, the authors discuss the organization of a conflictual generational field that eventually leads the novel’s hero to a tragic outcome. Inspired by field theory (Baranger & Baranger, 1961-62), they start by imagining how the two main characters of them book would talk about themselves to an analyst in a psychoanalytic session. Next, some thoughts about Phillip Roth and his work are presented, as well as the field that was created between the reader and the reading process. Finally, moved by the dramatic richness of the novel, the authors investigate some of the psychoanalytical aspects about the hero´s trajectory, whose deliberate departure from his family was an unconscious disguise for the difficulty in facing the generational confrontation. The hypotheses of filicide and father-son symbiosis are considered.
Keywords: Phillip Roth, adolescence, analytic field, filicide.
Resumen
Indignación: entre el fin de la ingenuidad y el prenuncio de la tragedia
El presente trabajo consiste en un ejercicio psicoanalítico inspirado en la lectura del libro Indignación, de Phillip Roth (2008). Su principal objetivo es discutir, a la luz de la teoría del campo psicoanalítico, la organización de un campo generacional minado de conflictos que conducen al héroe de la novela a un desenlace trágico. Inspirados en la teoría del campo (Baranger & Baranger, 1961-62), los autores introducen el tema propuesto a partir de dos intervenciones de los protagonistas del argumento construido por Roth como si estuvieran presentándose en una sesión psicoanalítica. Acto seguido, plantean algunas consideraciones sobre la obra y su autor y sobre el campo creado entre el lector y el proceso de lectura. Por último, buscan explorar, estimulados por la riqueza dramática de la lectura de la novela, algunos aspectos psicoanalíticos sobre la trayectoria del héroe, cuyo alejamiento deliberado de la convivencia familiar es un disfraz inconsciente de la dificultad de enfrentar el conflicto generacional. Las hipótesis de filicidio y simbiosis padre-hijo son manejadas.
Palabras-clave: Phillip Roth, adolescencia, campo analítico, filicidio.
Downloads
References
Baranger, M. & Baranger, W. (1961-62). La situación analítica como campo dinámico. Revista Uruguaya de Psicoanálisis, 4 (1): 3-54.
Baranger, M. (1992). La mente del analista: de la escucha a la interpretación. Revista de Psicoanálisis, 49: 223-236.
Baranger, W., Baranger, M. & Mom, J. (1982). Proceso y no proceso en el trabajo analítico. Rev. Psicoanál., 39 (4): 527-49.
Blos, P. (1984). Adolescência: uma interpretação psicanalítica. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
Borges, J. L. (1944). A biblioteca de Babel. Ficciones. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
Eizirik, C. L. (2013) A velhice. In C. L. Eizirik, & A. M. S. Bassols, O ciclo da vida humana: uma perspectiva psicodinâmica. Porto Alegre: Artmed.
Freud, S. (1897). Cartas a Fliess. In Obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Manuscrito N, (Vol. 1). Buenos Aires: Amorrortu, 1989.
Freud, S. (1917). Luto e melancolia. In Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, (Vol. 14, pp. 243-263). Rio de Janeiro: Imago, 1996.
Kancyper L. (1995). Complejo fraterno y complejo de Edipo. Revista de Psicoanálisis, 52 (3): 675-690.
Kancyper, L. (1999). Confrontação de gerações. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Kancyper, L. (2003). Jorge Luis Borges, o la pasión de la amistad: estudio psicoanalítico. 1 ed. Buenos Aires: Lumen.
Kancyper, L. (2006). La relación preedípica padre-hijo en la obra de Jorge Luis Borges. In Revista Uruguaya de Psicoanálisis, 102: 121-148.
Kancyper, L. (2007). Adolescencia: el fin de la ingenuidad. 1 ed. Buenos Aires: Lumen.
Kancyper, L. (2013). Campo analítico: um conceito clínico. Porto Alegre: Artmed.
Klein, M. (1946). Notas sobre algunos mecanismos esquizoides. In Envidia y gratitud y otros trabajos, (Vol. 3). Buenos Aires: Paidós, 1987.
Knijnik, J., Rispoli, A., Tofani, A. C. A., Mello, C. O., Rubin, L. C., Pacheco, M. H. R. & Eizirik, C. L. (2012). Baluarte, surpresa e comunicação no campo analítico. Revista Brasileira de Psicanálise, 46(1): 150-161.
Manguel, A. (1996). Ordenadores do universo. In Uma história da leitura. (pp. 215-228). São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
Nader, C. (2015). Homem comum. Filme [DVD]. São Paulo: Vitrine Filmes.
Pierpont, C. R. (2013). Roth unbound. New York: Farrar, Straus and Giroux.
Rascovsky, A. (1967). O filicídio. Rio de Janeiro: Artenova, 1974.
Roth, P. (2006). O animal agonizante. São Paulo: Companhia das Letras.
Roth, P. (2008). Indignação. São Paulo: Companhia das Letras.
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Atribuo os direitos autorais que pertencem a mim, sobre o presente trabalho, à SPPA, que poderá utilizá-lo e publicá-lo pelos meios que julgar apropriados, inclusive na Internet ou em qualquer outro processamento de computador.
I attribute the copyrights that belong to me, on this work, to SPPA, which may use and publish it by the means it deems appropriate, including on the Internet or in any other computer processing.
Atribuyo los derechos de autor que me pertenecen, sobre este trabajo, a SPPA, que podrá utilizarlo y publicarlo por los medios que considere oportunos, incluso en Internet o en cualquier otro tratamiento informático.