Madeleine Baranger, uma mestra da psicanálise

Autores

  • Cláudio Laks Eizirik Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre (SPPA)

DOI:

https://doi.org/10.5281/sppa%20revista.v25i1.345

Palavras-chave:

Madeleine Baranger, escuta psicanalítica, interpretação

Resumo

A primeira vez que vi Madeleine Baranger foi em julho de 1993, em
Amsterdam, numa plenária do 38º Congresso Internacional de Psicanálise, cujo
tema era A mente do analista: da escuta à interpretação. A plenária reunia três
grandes autores, cada um representando uma cultura psicanalítica: Madé (como era carinhosamente chamada) e Theodore Jacobs, apresentando dois belos trabalhos, cada um ilustrando como o tema podia ser abordado a partir da teoria do campo analítico e a da intersubjetividade, e André Green, como debatedor. Sempre que velhos analistas se encontram em congressos, aquela plenária acaba sendo lembrada, em algum momento, tanto pelos trabalhos, como pelos comentários de Green, que foram diametralmente opostos: destacou a clareza, a objetividade e a profundidade do trabalho de Madé, e depois, voltando-se para Jacobs, procedeu a uma crítica devastadora contra a intersubjetividade norte-americana e o material clínico apresentado. Terminada a plenária, ocorreu um curioso movimento de grupo: os norte-americanos cercaram Jacobs, solidários com ele e indignados com Green, os franceses foram cumprimentar o debatedor e os latino-americanos reuniram-se ao redor de Madé, orgulhosos de seu trabalho e de sua calorosa acolhida por Green.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Aisenberg, E. R. (2017). Comunicação pessoal.

Baranger, M. (2005). La teoria del campo. In S. Lewcowicz & S. Flechner (Eds). Verdad, realidad y el psicoanalista: contribuiciones latinoamericanas al psicoanálisis (pp. 49-71), Londres: International Psychoanalysis Library.

Baranger, M., & Baranger, W. (1961-1962). La situación analítica como campo dinámico. Revista Uruguaya de Psicoanálisis, 4 (1): 3-54.

Baranger, M., & Baranger, W. (2008). The analytic situation as a dynamic field. International Journal of Psycho-Analysis, 89 (4): 795-826.

Baranger, M., Baranger, W., & Mom, J. (1982). Proceso y no proceso en el trabajo analitico. Revista de Psicoanálisis, 39 (4): 526-550.

Bernardi, B. L. (2008). Introduction to the paper by Madeleine and Willy Baranger: the analytic situation as a dynamic field. International Journal of Psycho-Analysis, 89 (4): 773-784.

Bollas, C. (1987). The transformational object. In The shadow of the objetct: psychoanalysis of the unthought known (pp. 13-29). New York: Columbia University Press.

Churcher, J. (2008). Some notes on the English translation of the analyitc situation as a dynamic field by Willy and Madeleine Baranger. International Journal of Psycho-Analysis, 89 (4): 785-793.

Droit, P.-R. (2010). Vivre aujourd’hui avec Socrate, Epicure, Sénesque et tous les autres. Paris: Odile Jacob.

Eizirik, C. L. (2017). The shared intimacy in the analytic field. In Painel do 50º Congresso Internacional de Psicanálise da International Psycoanlylical Asssociation (IPA), Buenos Aires: IPA.

Eizirik, C. L., Rispoli, A., Tofani, A., Rubin, L., Pacheco, M., Sordi, R. & Mello, C. (2016). Indignação: entre o fim da ingenuidade e o prenúncio da tragédia. Revista de Psicanálise da SPPA, 23 (2): 297-313.

Favalli, P. H. (1998). O campo psicanalítico: considerações sobre a evolução do conceito (Dissertação de mestrado). Porto Alegre: Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre.

Favalli, P. H. (2016). Revisitando o campo analítico. Revista de Psicanálise da SPPA, 23 (2): 209-230.

Ferro, A. & Basile, R. (2009). The analytic field: a clinical concept. London: Karnac.

Ferro, A. (2017). The new analyst's guide to the galaxy: questions about contemporary psychoanalysis. London: Routledge.

Fiorini, L. (Ed.) (2009). The work of confluence. London: Karnac.

Freud, S. (1919). O estranho. In Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 18, p. 273-314). Rio de Janeiro: Imago, 1978.

Freud, S. (1920). Além do princípio do prazer, psicologia de grupo e outros trabalhos. In Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 18, pp.17-85). Rio de Janeiro: Imago, 1978.

Green, A. (2007). Compulsão à repetição e o princípio do prazer. Revista Brasileira de Psicanálise, v. 41, n. 4: 131-141.

Heimann, P. (1950). Sobre a contratransferência. Revista de Psicanálise da Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre, 2 (1): 171-176.

Kancyper, L. (1999). Volviendo a pensar con Willy y Madeleine Baranger: nuevos desarrollos. Buenos Aires: Lúmen.

Knijnik, J., Rispoli, A., Tofani, A., Mello, C., Rubin, L., Pacheco, M., & Eizirik, C. L. (2012). Baluarte, surpresa e comunicação no campo analítico. Revista Brasileira de Psicanálise, 46(1): 150-161.

Köhler, W. (1968). Psicologia da Gestalt. Belo Horizonte: Itatiaia.

Merlau-Ponty, M. (1945). Fenomenologia da percepção. In Os pensadores. São Paulo: Abril.

Ogden, T. (1994). O terceiro analítico: trabalhando com fatos clínicos intersubjetivos. In T. Ogden, Os sujeitos da psicanálise (pp. 57-92), São Paulo: Casa do Psicólogo.

Racker, H. (1982). Estudos sobre técnica psicanalítica. Porto Alegre, RS: Artes Médicas.

Publicado

21-06-2018

Como Citar

Eizirik, C. L. (2018). Madeleine Baranger, uma mestra da psicanálise. Revista De Psicanálise Da SPPA, 25(1), 13–22. https://doi.org/10.5281/sppa revista.v25i1.345

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>