Transitando entre vivências e novas fronteiras psicanalíticas
Palavras-chave:
Fronteiras, Inconsciente, Contemporaneidade, Pandemia Covid-19, Mundos superpostos, Representação, PresentaçãoResumo
O presente artigo visa dialogar com a psicanálise em zona de fronteira, refletindo sobre alguns temas como, por exemplo, o conceito de inconsciente e o quanto este foi se transformando e sendo ampliado ao longo da história do movimento psicanalítico. Também em zona de fronteira, destacamos o pensamento de Freud quando analisa O malestar na civilização, indicando que, face aos acontecimentos atuais e na vigência da pandemia Covid-19, acreditamos estar vivendo sob a égide das mesmas três fontes de sofrimento citadas naquela obra. Questões como o nosso próprio desamparo e o de nossos pacientes, a impossibilidade de manter a tradicional assimetria e as adaptações necessárias às sessões não presenciais são alguns dos temas abordados. São apresentadas perspectivas teóricas que examinam o estado mental produzido pelo fenômeno dos mundos superpostos quando o material trazido à sessão apresenta elementos comuns à vida de ambos, paciente e analista. Vinhetas clínicas são relatadas para ilustrar esse fenômeno acontecendo no tempo presente. Também é apresentada outra fronteira, cujo valor heurístico diz respeito à sustentação do articulador incerteza, entendido como aquilo que se apresenta como o novo, o imprevisível, e qual o seu estatuto e contribuição para a teoria psicanalítica. O artigo finaliza apresentando um quadro vívido sobre as reações de pacientes e analistas, sobre o enquadre e sobre os campos analíticos desde o início da pandemia até o momento atual.
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