Mas, o que fazer com as crianças? Antigos e novos desafios e aprendizados na pandemia da Covid-19
Palavras-chave:
Setting modificado, Setting interno, Crianças na pandemiaResumo
A criança nos instiga desde sempre. Ela traz em si a qualidade de enigma e imprevisibilidade e, durante a pandemia da Covid-19, não foi diferente. Confinados por tempo indeterminado e sem contar com redes de apoio, pais e mães passaram a assumir atividades de cuidados às crianças em tempo integral, atividades estas para as quais muitas vezes se sentiam despreparados. As emoções tornaram-se mais contagiosas do que o vírus. Mas, o que fazer com as crianças? Sem rigidez teórica como defesa, mantendo o setting interno e a assimetria paciente/terapeuta, sustentando uma reserva de função, uma flexibilidade técnica, tivemos a possibilidade de nos abrir para o novo. Afinal, foi assim que se iniciou a psicanálise de crianças com o Pequeno Hans. Entrei nessa prática com o espírito da observação psicanalítica de bebês, já que o trabalho seria agora na casa das crianças e on-line. No trabalho com os bebês, os desafios desse período de dependência se escancararam, exigindo uma escuta compreensiva dos cuidadores para ajudá-los a tolerar as incertezas e o inesperado. Passados mais de 20 meses, vejo o trabalho analítico on-line possível, útil e efetivo para algumas crianças, fato que superou as minhas expectativas.
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Referências
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