O quanto ainda é necessário interpretar o brincar na análise infantil? Considerações na esteira das ideias de Bion
DOI:
https://doi.org/10.5281/sppa%20revista.v18i2.675Keywords:
Análise infantil, Interpretação, Sensorialidade, Rêverie, Desenvolvimento do continente mentalAbstract
Partindo da observação de uma interação criativa entre pai e filho na vida cotidiana, os autores questionam a necessidade da interpretação verbal na prática atual da análise infantil. No modelo bioniano a capacidade dos pais de sonhar os elementos β que excedem a capacidade transformadora das emoções inconscientes da criança é indispensável para o crescimento da pequena função α que a criança possui e para o desenvolvimento do seu continente mental. Utilizando o modelo da membrana biológica, os autores hipotetizam um modelo para descrever os elementos que facilitariam a capacidade da criança de utilizar e reelaborar ela mesma as rêverie dos pais e como esses elementos pertenceriam mais ao campo não verbal que ao campo verbal. Através de um exemplo clínico, os autores mostram como esse modelo encontra uma confirmação na prática analítica e permite que a dupla analista-criança sonhe em conjunto as emoções inconscientes que se coagulam no campo bi-pessoal. A brincadeira compartilhada com o analista, mais do que a interpretação verbal, é capaz de ajudar a criança a desenvolver o seu processo criativo de tal forma que, agora, tal processo possa manifestar-se através de uma representação consciente-inconsciente que fica explícita nos personagens da brincadeira ou no desenho (AU)
Downloads
References
BEEBE, B.; ALSON, D.; JAFFE, J. (1988). Vocal congruence in mother-infant play. Journal of Psycholinguistic Research, v. 17, n. 3, 245-259.
BION, W. R. (1985). The Italian Seminars. London: Karnac.
FERRO, A. (1992). The Bipersonal Field: experiences in child analysis. London: Routledge, 1999.
. (2000a). Le Jeu: personnages, récits, interprétations. J. Psychanal. l’Enfant, v. 26, n.,
p. 139-60.
. (2000b). Cultura da rêverie, cultura da evacuação. In: CONGRESSO FEPAL, 23., Gramado.
. (2008). The patient as the analyst’s best colleague: transformation into a dream and narrative transformations. Ital. Psychoanal. Annu., 2008, p. 199-205.
. (2009). Transformations in dreaming and characters in the psychoanalytic field,. Int. J. Psycho-Anal., 90, p. 209-230.
FERRUTA, A. (2008). Elogio della presentazione, la darstellung. Rivista Psicoanal., 54, p. 169-176.
FRANKEL, J. B. (1998). The play’s the thing: how the essential processes of therapy are seen most clearly in child therapy. Psychoanal Dial., 8, p. 149-182.
GAINES, R. (1995). The treatment of children. In: LIONELLS, M.; FISCALINI, J. (Ed.) The handbook of interpersonal psychoanalysis. Hillsdale, NJ: Analytic. p. 761-769.
GROTSTEIN, J. (2007). A beam of intense darkness. London/New York, Karnac.
JAFFE, J.; BEEBE, B.; FELDSTEIN, S.; CROWN, C. L. et al. (2001). Rhythms of dialogue in infancy: coordinated timing in development. Monograph of the Society for Research in Child Development, v. 66, n. 2, p. 1-132.
JOSEPH, B. (1998). Thinking about a playroom. J. Child. Psychother., v. 24, n., p. 359-366.
KRIMENDAHL, E. K. (1998). Metaphor in child psychoanalysis: not simply a means to an end. Contemp. Psychoanal., v. 34, n., p. 49-66.
MELZOFF, A. N., MOORE, M. K. (1977). Imitation of facial and manual gesture by human neonates. Science, 198, 74-78.
MOLINARI, E. (2007). Imparare a danzare nel deserto del non pensiero. In: FERRO, A. et al. Sognare l’analisi. Turin: Bollati Boringhieri.
. (2011). From one room to the other: a story of contamination. The relationship between child and adult analysis. Int. J. Psycho-Anal. v. 92, n. 5, p. 791-810.
OGDEN, T. (1997). Rêverie and metaphor: some thoughts on how I work as a psychoanalyst. Int. J. Psycho-Anal., v. 78, n., p. 719-732.
ROSE, C. (2002). Catching the ball: the role of play in psychoanalytic treatment. J. AmerPsychoanal. Assn., v. 50, n., p. 1299-1309.
SLADE, P. D. (1994). What is body image? Behavioral research therapy, 32 (5), p. 497-502.
STERN, D. N.; SANDER, L.W.; NAHUM, J.P. et al. (1998). Non-interpretive mechanisms in psychoanalytic therapy: the ‘something more’ than interpretation. Int. J. Psycho-Anal., v. 79, p. 903-921.
TREVATHEN, C. (1993). The self born in intersubjectivity: the psychology of an infantcommunicaiting. In: The perceived self. Ecological and interpersonal sources of self knowledge.
Cambridge: Cambridge University.
WINNICOTT, D. W. (1971a). Playing and reality. London: Tavistock.
. (1971b). Therapeutic Consultations in Child Psychiatry. The International Psycho-Analytical Library, v. 87, p. 1-398. London: The Hogarth / Institute of Psycho-Analysis.
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Atribuo os direitos autorais que pertencem a mim, sobre o presente trabalho, à SPPA, que poderá utilizá-lo e publicá-lo pelos meios que julgar apropriados, inclusive na Internet ou em qualquer outro processamento de computador.
I attribute the copyrights that belong to me, on this work, to SPPA, which may use and publish it by the means it deems appropriate, including on the Internet or in any other computer processing.
Atribuyo los derechos de autor que me pertenecen, sobre este trabajo, a SPPA, que podrá utilizarlo y publicarlo por los medios que considere oportunos, incluso en Internet o en cualquier otro tratamiento informático.