Tudo bem, aliás, superbem: uma biografia em poucas palavras
DOI:
https://doi.org/10.5281/sppa%20revista.v26i2.429Palavras-chave:
Verdade, Mentira, Transformações, Processo analítico, Relação primáriaResumo
Bion faz uma distinção entre a mentira necessária para o conhecimento
do real e a mentira enquanto defesa extrema contra a dor, defesa, esta,
que distorce a realidade até afetar o desenvolvimento da mente. Com o
intuito de investigar exatamente essas áreas que geram graves dificuldades
na relação analítica e bloqueios da criatividade, Bion convida o analista
a voltar-se para o desconhecido, utilizando a conjectura imaginativa e
tentando aprender com a experiência. O autor busca, na relação primária,
rastros do método da capacidade materna de recompor a dicotomia entre
verdade e mentira, que salva o bebê da deriva psicótica e que, ao mesmo
tempo, encontra-se na base do nascimento da mente. Entre mãe e bebê, não apenas surgem elementos alfa, pictogramas emocionais precursores da capacidade de sonhar, mas também outros elementos que pertencem ao processo e que não possuem um nítido correspondente no simbólico. Para estudar a continuidade de tal processo, o qual inclui uma espécie de composição entre simbólico e não-simbólico, como acontece na análise matemática, é útil ter à disposição uma ferramenta conceitual que permite definir áreas nas quais variáveis opostas representam uma continuidade e um limite. O conceito de elemento infinitesimal permite intuir a existência, na relação primária, e, depois, na análise, de elementos desse tipo, capazes de depositarem-se e de serem os fundamentos de uma experiência incorporada que volta a servir como referência quando se encontram áreas primitivas ou psicóticas. A autora exemplifica as hipóteses acima através da ilustração de um fragmento do percurso analítico com um adolescente.
Palavras-chave: Verdade; Mentira; Transformações; Processo analítico;
Relação primária
Abstract
All is well, or better yet, very well: a biography in a nutshell
Bion distinguishes the deceit necessary to understand what is real from lies as extreme defense against pain, distorting reality to the point of affecting the mind development. In order to investigate appropriately these areas that generate serious difficulties in the analytic relation as well as obstruction in creativity, Bion invites the analyst to turn to the unknown, using speculative imagination and trying to learn from experience. The author seeks in the primary relation traces of the method of the maternal ability to restore the dichotomy between truth and lie, which saves the
baby from psychotic drift and at the same time gives foundation to the birth of the mind. Between mother and baby, not only do alpha elements emerge, emotional pictograms precursors of the capacity to dream, but also other elements that belong to the process and which do not have a clear correspondence in the symbolic. In order to study the continuity of such a process, which includes a kind of mixture between symbolic and non-symbolic, as in mathematical analysis, it is useful to have available a conceptual tool that allows defining areas in which opposing variables represent a continuity and a border. The concept of an infinitesimal element allows us to recognize the existence in the primary relation, and latter in the analysis, of elements of this type, capable of being deposited and of being the foundations of an incorporated experience that once again serves as reference when primitive or psychotic areas are met. The author exemplifies the above hypotheses by a fragment of the analytic process with a teenager.
Keywords: Truth; Lies; Transformation; Analytic process; Primary relation
Resumen
Todo bien, por cierto, muy bien: una biografía en pocas palabras
Bion hace una distinción entre la mentira necesaria para el conocimiento del real y la mentira como defensa extrema contra el dolor; esta defensa distorsiona la realidad hasta afectar el desarrollo de la mente. Con el fin de investigar con precisión esas áreas que generan graves dificultades en la relación analítica y bloqueos de la creatividad, Bion invita al analista a volverse a lo desconocido, utilizando la imaginación especulativa y tratando de aprender de la experiencia. El autor busca, en la relación primaria, rastros del método de la capacidad materna de recomponer la dicotomía entre verdad y mentira, que salva al bebé de la deriva psicótica y que,
al mismo tiempo, se encuentra en la base del nacimiento de la mente. Entre madre y bebé surgen no sólo elementos alfa, pictogramas emocionales precursores de la capacidad de soñar, sino también otros elementos que pertenecen al proceso y que no poseen un nítido correspondiente en lo simbólico. Para estudiar la continuidad de tal proceso, que incluye una especie de composición entre simbólico y no simbólico, como sucede en el análisis matemático, es útil tener a disposición una herramienta conceptual que permite definir áreas en las cuales variables opuestas representan una continuidad y un límite. El concepto de elemento infinitesimal permite intuir
la existencia, en la relación primaria, y luego en el análisis, de elementos capaces de ser depositados y de ser la base de una experiencia incorporada que vuelve a servir como referencia cuando se encuentran áreas primitivas o psicóticas. La autora ejemplifica las hipótesis arriba a través de la ilustración de un fragmento del recorrido analítico con un adolescente.
Palabras clave: Verdad; Mentira; Transformaciones; Proceso analítico; Relación primaria
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