A arquitetura da dominação
Palavras-chave:
O mal-estar na civilização, Laplanche, Pseudoinconsciente do mito-simbólico, Subjetivação, DesamparoResumo
Freud, em O mal-estar da civilização, identificou o sofrimento do indivíduo por estar inserido em um processo civilizatório que inibia e limitava sua expressão pulsional. A virada de 1920 introduziu o tema do desamparo, da centralidade do masoquismo e da pulsão de morte, levando-o a acrescentar o papel protetor da civilização em relação à destrutividade do ser humano para si mesmo e para os outros, alterando a noção do mal-estar. Os desenvolvimentos pós-freudianos foram acrescentando novos elementos, expandindo as possibilidades de compreensão da relação do sujeito com a cultura e os sofrimentos daí advindos. As mudanças decorrentes da organização sociocultural surgidas com a modernidade, principalmente os novos modos de subjetivação e as estratégias de marketing totalizante e criador de desejos, e com a pós-modernidade, a partir de uma cultura do narcisismo e de uma linguagem alienante, introduziram componentes inesperados ao mal-estar. O objetivo do presente trabalho é comentar essa evolução do mal-estar, introduzindo a ideia de um recurso à pulsão de dominação como estratégia narcísica de sobrevivência no contexto referido.
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