Flora e o cheiro da morte
da dissociação somato-psíquica à integração possível
Palavras-chave:
Corpo, Dissociação somato-psíquica, Sensorialidades, Percepção, Constituição do Eu, Eu corporalResumo
O presente artigo surgiu a partir de várias discussões clínicas que abarcam casos como o de Flora, uma paciente cujos sofrimentos corporais se impregnam na sua vida como vivências predominantemente de desprazer. Lutos não elaborados vividos pelos objetos primários servem como ingredientes mortíferos que se instalam no psiquismo. O artigo pretende realizar um diálogo entre os aspectos clínicos de referida paciente, em que a dissociação somato-psíquica é intensa, e algumas teorias psicanalíticas capazes de auxiliar nestas compreensões. Para isso, são utilizados alguns autores que se debruçaram sobre o tema, em especial Piera Aulagnier. A discussão percorrerá algumas etapas do processo analítico, destacando aspectos vividos pelo analista neste processo e o quanto tais elementos - como sensorialidades e figurabilidades - participaram da trama psíquica que foi se formando dentro do setting analítico.
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