O analista, seu paciente adolescente e a psicanálise atual: sete reflexões

Autores

Palavras-chave:

Adolescência, Vida onírica, Não-sonho-a-dois, Enactment, Pais de adolescentes, Sociedade pós-moderna, Ética, Função analítica

Resumo

O autor, a partir de sua experiência, discute fatos que ele observa na psicanálise com adolescentes. Mostra que a psicanálise atual se desenvolve a partir do estudo detalhado da vida onírica, através da qual se pode ter acesso a áreas simbolizadas e não simbolizadas que costumam apresentar-se ao mesmo tempo, e em forma intensa, no paciente adolescente. A partir de material clínico mostra como o sonho do analista permite contato com essas áreas. Chama a atenção para não-sonhos-adois, em que o analista, inconscientemente, assume aspectos projetados e projeta identificativamente no adolescente aspectos próprios. Em sete reflexões salienta o risco de o analista tornar-se superegoico, disputar o adolescente com seus pais, ver a sociedade em forma moralista, tentar adaptar o jovem tirando-lhe a liberdade de criar, usar a palavra ética esvaziando-a de seu significado. O artigo termina discutindo fatores de manutenção da capacidade analítica (AU)

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Roosevelt Moisés Smeke Cassorla, Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP)

Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP) e do Núcleo de Psicanálise de Campinas e Região.

Referências

ALVAREZ, A. (1992). Companhia viva; psicoterapia psicanalítica com crianças autistas, borderlines, carentes e maltratadas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

BION, W. R. (1962). O aprender com a experiência. In: Os elementos da psicanálise e o Aprender com a experiência. Rio: Imago, 1966.

. (1965). Transformações: Mudança do aprendizado ao crescimento.. Rio: Imago, 1983.

CASSORLA, R.M.S. (1997). No emaranhado de identificações projetivas com adolescentes e seus pais. Revista Brasileira de Psicanálise v. 31, n. 3, p.: 639-676.

. (2005a). From bastion to enactment: the ‘non-dream’ in the theatre of analysis. International Journal of Psychoanalysis v. 86, n. 3, p. 699-719.

. (2005b). Considerações sobre o sonho-a-dois e o não-sonho-a-dois no teatro na análise. Revista de Psicanálise da SPPA v. 12, n. 3, p. 527-552.

. (2008a). The analyst’s alpha-function, trauma and enactment in the analysis of borderline patients. International Journal of Psychoanalysis v. 89, n. 1, p. 161-180

. (2008b). O analista, seu paciente e a psicanálise contemporânea: considerações sobre indução mútua, enactment e não-sonho-a-dois. Revista Latinoamericana de Psicoanálisis v. 8, p. 189-208.

CIVITARESE, G. (2007). Bion e a demanda de ambigüidade. Revista da Psicanálise da SPPA v. 14, n. 1. p. 57-75.

Publicado

10-11-2020

Como Citar

Cassorla, R. M. S. (2020). O analista, seu paciente adolescente e a psicanálise atual: sete reflexões. Revista De Psicanálise Da SPPA, 16(2), 261–278. Recuperado de https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/729