Transferindo aspectos inomináveis no campo analítico: uma aproximação didática

Autores

  • Roosevelt Moisés Smeke Cassorla Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP)

DOI:

https://doi.org/10.5281/sppa%20revista.v19i1.592

Palavras-chave:

Transferência, Intersubjetividade, Acting-out, Enactment, Ação patológica, Gesto psíquico, Sonhos. Não-sonho, Não-sonho-a-dois, Teoria do pensar, Técnica analítica

Resumo

O objetivo do trabalho é mostrar similaridades e diferenças, em forma didática, entre fenômenos que se manifestam dentro e fora do campo analítico quando a simbolização verbal se encontra dificultada ou obstruída. Estudam-se, em particular, descargas e dramatizações que se revelam como gestos psíquicos, acting-outs, ações patológicas e enactments. Situações clínicas ilustram os fenômenos estudados. Em particular mostrase que áreas de dor inominável podem revelar-se através de enactments agudos, mix de descargas, não-sonhos dramatizados e sonhos sendo sonhados, que desfazem conluios entre os membros da dupla analítica (enactments crônicos). Diferenciam-se, também, atos não pensados e ações interpretativas efetuadas pelo analista. São discutidas questões referentes à nomenclatura, diferenciação, funções e manejo desses fenômenos, remetendo-se à condição de intersubjetividade da relação analítica. Conclui-se com a abordagem de fatores do analista que podem facilitar o acesso a aspectos primitivos no funcionamento mental (AU)

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Roosevelt Moisés Smeke Cassorla, Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP)

Membro efetivo e didata da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo e do Grupo de Estudos Psicanalíticos de Campinas.

Referências

ALVAREZ, A. (1994). Companhia viva. Porto Alegre: Artes Médicas.

BION, W. (1962). Learning from experience. London: Heinemann.

. (1992). Cogitations. London: Karnac

BORENSZTEJN, C. L. (2009). El enactment como concepto clínico convergente de teorías divergentes. Revista de Psicoanálisis (Buenos Aires) v. 46, p. 177-192.

CASSORLA, R.M.S. (1995). Comunicação primitiva e contrarreações na situação analítica. Arq. Psiq. Psicot. Psicanal. (P. Alegre). v. 2, n. 2, p. 11-33.

. (1997). No emaranhado de identificações projetivas cruzadas com adolescentes e seus pais. Rev. Bras. Psicanál. v. 31, n. 3, p. 639-676.

. (2001). Acute enactment as resource in disclosing a collusion between the analytical dyad. Int. J. Psychoanal. v. 82, p. 1155–1170. (Rev. Brasileira de Psicanálise, v. 38, p. 521-540, 2004).

. (2003). Estudo sobre a cena analítica e o conceito de ‘colocação em cena da dupla’ (‘enactment’). Rev Brasileira de Psicanálise, v. 37, p. 365–92.

. (2004). Procedimentos, colocação em cena da dupla (‘enactment’) e validação clínica em psicoterapia psicanalítica e psicanálise. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v. 25, p. 426-435.

. (2005a). From bastion to enactment: the ‘non-dream’ in the theatre of analysis. Int. J. Psychoanal. v. 86, p. 699-719. (L’année psychanalytique internationale, v. 4, p. 67-86, 2006; Rev. Brasileira de Psicanálise, v. 41, p. 51-68, 2007; L’annata psicoanalitica Internazionale, v. 3, p. 75-94, 2008).

. (2005b). Considerações sobre o sonho-a-dois e o não-sonho a dois no teatro da análise. Revista de Psicanálise da SPPA. v. 12, n. 3, p. 527-552.

. (2007). The analyst, his “Mourning and melancholia”, analytical technique and enactment. In: FIORINI, L. G.; BOKANOWSKY, T; LEWKOWICZ, S. (Eds.). On Freud’s “Mourning and melancholia”. London: IPA (Contemporary Freud: Turning Points and Critical Issues Series), p. 71-89.

. (2008a). The analyst’s implicit alpha-function, trauma and enactment in the analysis of borderline patients. Int. J. Psychoanal. v. 89, n. 1, p. 161-180. (Internationale Psychoanalyse, v. 4, p. 83-112, 2009; Livro Anual de Psicanálise, v. 24, p. 61-78, 2009; Libro Anual de Psicoanálisis, v. 24, p. 55-70, 2009).

. (2008b). Desvelando configurações emocionais da dupla analítica através de modelos inspirados no mito edípico. Revista Brasileira de Psicoterapia (Porto Alegre). v. 10, p. 37-48.

. (2008c). O analista, seu paciente e a psicanálise contemporânea: considerações sobre indução mútua, enactment e não-sonho-a-dois. Rev. Latinoamericana Psicoanal. v. 8, p. 189-208.

(Também em Alter: Revista de Estudos Psicanalíticos-Brasília. v. 27, n. 1, p. 19-40, 2009.

. (2009). Reflections on non-dreams-for-two, enactment and the implicit alpha-function of the analyst. In: LEVINE, H.; BROWN, L. (2011). Growth and turbulence in the container and contained. London: Taylor Francis/Routledge (in press) (versão ampliada: Revista Brasileira de Psicanálise. v. 43, p. 91-120).

. (2012a). What happens before and after acute enactment? An exercise of validation and the broadening of hypothesis. International Journal of Psychoanalysis. v. 93, p. 53-80.

. (2012b). In search of symbolization. The analyst task of dreaming. In: LEVINE, H.; REED,

G.; SCARFONE, D. Unrepresented states and the construction of meaning. Clinical and theoretical contributions. London: Karnac (in press).

ETCHEGOYEN, H. (1987). Fundamentos da técnica psicanalítica. Porto Alegre: Artes Médicas.

FREUD, S. (1911). Formulações sobre os dois princípios do funcionamento mental. Ed. Standard Brasileira, v. 12, p. 273.

. (1914). Recordar, repetir e elaborar. Ed. Standard Brasileira. v. 12.

IVEY, G. (2008). Enactment controversies: a critical review of current debates. Int. J. Psychoanal. v. 89, n. 1, p. 19-38.

JOSEPH, B. (1989). Equilíbrio psíquico e mudança psíquica. In: FELDMAN, M.; SPILLIUS, E. B. (Org.). Artigos selecionados de Betty Joseph. Rio de Janeiro: Imago, 1992.

LEVENSON, E. A. (2006). Response to John Steiner. Int. J. Psychoanal. v. 87, p. 321-324.

OGDEN, T. (1994). Subjects of psychoanalysis. London: Karnac.

PAZ, C. A. (2007). Del «agieren» al «enactment», un siglo de cambios y avances. Revista de Psicoanálisis de la Asoc Psic de Madrid. v. 50, p. 59-71.

ROSENFELD, H. (1987). Impasse and interpretation. New York: Tavistock.

ROUTHGON, R. E. (1993). Useful aspects of acting-out: repetition, enactment, and actualization. J. Amer. Psychoanal. Assn. v. 41, p. 443-471.

SAPISOCHIN, G. (2007). Variaciones post-freudianas del «Agieren» : sobre la escucha de lo puesto en acto Revista de Psicoanálisis

(Madrid). v. 50, p. 73-102.

. (2011). La escucha de la regresión en el proceso analítico. Revista de Psicoanálisis (Madrid). v. 62, p. 39-85.

SEGAL, H. (1957). Notas sobre a formação de símbolos. In: A obra de Hanna Segal. Rio: Imago, 1983, p. 77-98.

STEINER, J. (1993). Refúgios psíquicos: organizações patológicas em pacientes psicóticos,

neuróticos e borderlines. Rio: Imago, 1997.

. (2006). Interpretative enactments and the analytic setting. Int. J. Psychoanal. v. 87, p. 315-320.

ZASLAVSKY, J.; SANTOS, M. J. P. (Org.) (2006). Contratransferência: teoria e prática clínicas. Porto Alegre: Artmed.

Publicado

22-08-2020

Como Citar

Cassorla, R. M. S. (2020). Transferindo aspectos inomináveis no campo analítico: uma aproximação didática. Revista De Psicanálise Da SPPA, 19(1). https://doi.org/10.5281/sppa revista.v19i1.592