Transferindo aspectos inomináveis no campo analítico: uma aproximação didática
Palavras-chave:
Transferência, Intersubjetividade, Acting-out, Enactment, Ação patológica, Gesto psíquico, Sonhos. Não-sonho, Não-sonho-a-dois, Teoria do pensar, Técnica analíticaResumo
O objetivo do trabalho é mostrar similaridades e diferenças, em forma didática, entre fenômenos que se manifestam dentro e fora do campo analítico quando a simbolização verbal se encontra dificultada ou obstruída. Estudam-se, em particular, descargas e dramatizações que se revelam como gestos psíquicos, acting-outs, ações patológicas e enactments. Situações clínicas ilustram os fenômenos estudados. Em particular mostrase que áreas de dor inominável podem revelar-se através de enactments agudos, mix de descargas, não-sonhos dramatizados e sonhos sendo sonhados, que desfazem conluios entre os membros da dupla analítica (enactments crônicos). Diferenciam-se, também, atos não pensados e ações interpretativas efetuadas pelo analista. São discutidas questões referentes à nomenclatura, diferenciação, funções e manejo desses fenômenos, remetendo-se à condição de intersubjetividade da relação analítica. Conclui-se com a abordagem de fatores do analista que podem facilitar o acesso a aspectos primitivos no funcionamento mental (AU)
Downloads
Referências
ALVAREZ, A. (1994). Companhia viva. Porto Alegre: Artes Médicas.
BION, W. (1962). Learning from experience. London: Heinemann.
. (1992). Cogitations. London: Karnac
BORENSZTEJN, C. L. (2009). El enactment como concepto clínico convergente de teorías divergentes. Revista de Psicoanálisis (Buenos Aires) v. 46, p. 177-192.
CASSORLA, R.M.S. (1995). Comunicação primitiva e contrarreações na situação analítica. Arq. Psiq. Psicot. Psicanal. (P. Alegre). v. 2, n. 2, p. 11-33.
. (1997). No emaranhado de identificações projetivas cruzadas com adolescentes e seus pais. Rev. Bras. Psicanál. v. 31, n. 3, p. 639-676.
. (2001). Acute enactment as resource in disclosing a collusion between the analytical dyad. Int. J. Psychoanal. v. 82, p. 1155–1170. (Rev. Brasileira de Psicanálise, v. 38, p. 521-540, 2004).
. (2003). Estudo sobre a cena analítica e o conceito de ‘colocação em cena da dupla’ (‘enactment’). Rev Brasileira de Psicanálise, v. 37, p. 365–92.
. (2004). Procedimentos, colocação em cena da dupla (‘enactment’) e validação clínica em psicoterapia psicanalítica e psicanálise. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v. 25, p. 426-435.
. (2005a). From bastion to enactment: the ‘non-dream’ in the theatre of analysis. Int. J. Psychoanal. v. 86, p. 699-719. (L’année psychanalytique internationale, v. 4, p. 67-86, 2006; Rev. Brasileira de Psicanálise, v. 41, p. 51-68, 2007; L’annata psicoanalitica Internazionale, v. 3, p. 75-94, 2008).
. (2005b). Considerações sobre o sonho-a-dois e o não-sonho a dois no teatro da análise. Revista de Psicanálise da SPPA. v. 12, n. 3, p. 527-552.
. (2007). The analyst, his “Mourning and melancholia”, analytical technique and enactment. In: FIORINI, L. G.; BOKANOWSKY, T; LEWKOWICZ, S. (Eds.). On Freud’s “Mourning and melancholia”. London: IPA (Contemporary Freud: Turning Points and Critical Issues Series), p. 71-89.
. (2008a). The analyst’s implicit alpha-function, trauma and enactment in the analysis of borderline patients. Int. J. Psychoanal. v. 89, n. 1, p. 161-180. (Internationale Psychoanalyse, v. 4, p. 83-112, 2009; Livro Anual de Psicanálise, v. 24, p. 61-78, 2009; Libro Anual de Psicoanálisis, v. 24, p. 55-70, 2009).
. (2008b). Desvelando configurações emocionais da dupla analítica através de modelos inspirados no mito edípico. Revista Brasileira de Psicoterapia (Porto Alegre). v. 10, p. 37-48.
. (2008c). O analista, seu paciente e a psicanálise contemporânea: considerações sobre indução mútua, enactment e não-sonho-a-dois. Rev. Latinoamericana Psicoanal. v. 8, p. 189-208.
(Também em Alter: Revista de Estudos Psicanalíticos-Brasília. v. 27, n. 1, p. 19-40, 2009.
. (2009). Reflections on non-dreams-for-two, enactment and the implicit alpha-function of the analyst. In: LEVINE, H.; BROWN, L. (2011). Growth and turbulence in the container and contained. London: Taylor Francis/Routledge (in press) (versão ampliada: Revista Brasileira de Psicanálise. v. 43, p. 91-120).
. (2012a). What happens before and after acute enactment? An exercise of validation and the broadening of hypothesis. International Journal of Psychoanalysis. v. 93, p. 53-80.
. (2012b). In search of symbolization. The analyst task of dreaming. In: LEVINE, H.; REED,
G.; SCARFONE, D. Unrepresented states and the construction of meaning. Clinical and theoretical contributions. London: Karnac (in press).
ETCHEGOYEN, H. (1987). Fundamentos da técnica psicanalítica. Porto Alegre: Artes Médicas.
FREUD, S. (1911). Formulações sobre os dois princípios do funcionamento mental. Ed. Standard Brasileira, v. 12, p. 273.
. (1914). Recordar, repetir e elaborar. Ed. Standard Brasileira. v. 12.
IVEY, G. (2008). Enactment controversies: a critical review of current debates. Int. J. Psychoanal. v. 89, n. 1, p. 19-38.
JOSEPH, B. (1989). Equilíbrio psíquico e mudança psíquica. In: FELDMAN, M.; SPILLIUS, E. B. (Org.). Artigos selecionados de Betty Joseph. Rio de Janeiro: Imago, 1992.
LEVENSON, E. A. (2006). Response to John Steiner. Int. J. Psychoanal. v. 87, p. 321-324.
OGDEN, T. (1994). Subjects of psychoanalysis. London: Karnac.
PAZ, C. A. (2007). Del «agieren» al «enactment», un siglo de cambios y avances. Revista de Psicoanálisis de la Asoc Psic de Madrid. v. 50, p. 59-71.
ROSENFELD, H. (1987). Impasse and interpretation. New York: Tavistock.
ROUTHGON, R. E. (1993). Useful aspects of acting-out: repetition, enactment, and actualization. J. Amer. Psychoanal. Assn. v. 41, p. 443-471.
SAPISOCHIN, G. (2007). Variaciones post-freudianas del «Agieren» : sobre la escucha de lo puesto en acto Revista de Psicoanálisis
(Madrid). v. 50, p. 73-102.
. (2011). La escucha de la regresión en el proceso analítico. Revista de Psicoanálisis (Madrid). v. 62, p. 39-85.
SEGAL, H. (1957). Notas sobre a formação de símbolos. In: A obra de Hanna Segal. Rio: Imago, 1983, p. 77-98.
STEINER, J. (1993). Refúgios psíquicos: organizações patológicas em pacientes psicóticos,
neuróticos e borderlines. Rio: Imago, 1997.
. (2006). Interpretative enactments and the analytic setting. Int. J. Psychoanal. v. 87, p. 315-320.
ZASLAVSKY, J.; SANTOS, M. J. P. (Org.) (2006). Contratransferência: teoria e prática clínicas. Porto Alegre: Artmed.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Atribuo os direitos autorais que pertencem a mim, sobre o presente trabalho, à SPPA, que poderá utilizá-lo e publicá-lo pelos meios que julgar apropriados, inclusive na Internet ou em qualquer outro processamento de computador.
I attribute the copyrights that belong to me, on this work, to SPPA, which may use and publish it by the means it deems appropriate, including on the Internet or in any other computer processing.
Atribuyo los derechos de autor que me pertenecen, sobre este trabajo, a SPPA, que podrá utilizarlo y publicarlo por los medios que considere oportunos, incluso en Internet o en cualquier otro tratamiento informático.