Do futuro de uma ilusão a uma alucinação sem futuro na sociedade da positividade
Palavras-chave:
Ilusões, Cultura, Masoquismo, Psicanálise, NarcisismoResumo
O artigo discute como a psicanálise, desde Freud, investiga a relação do ser humano com o meio em que vive e como a cultura influencia a constituição da subjetividade. Ressalta-se a importância do desenvolvimento da capacidade simbólica e da elaboração do desamparo, assim como o reconhecimento da incompletude e da mortalidade para o livre pensar, para a criatividade e para a vida em sociedade. Na contemporaneidade, em que prevalece a cultura do narcisismo, observa-se a negação da castração e da morte, favorecendo ilusões totalitárias e a alucinação de um mundo que nega a mortalidade. A partir das obras de Byung-Chul Han (2015, 2017a, 2017b), o texto analisa a transição do paradigma imunológico para o paradigma neuronal, caracterizado pelo excesso de positividade, apagamento da alteridade e culto ao desempenho. Para ilustrar essas ideias, utiliza-se o filme The square: a arte da discórdia (2017), que critica a sociedade atual e expõe, com ironia, o colapso emocional e relacional do sujeito contemporâneo.
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Referências
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