Mal-entendidos em empatia: o que é específico na experiência da compreensão na análise?

Autores/as

  • Stefano Bolognini Sociedade Psicanalítica Italiana (SPI)

Palabras clave:

Empatia, Contratransferência, Compartilhar, Identificação, Complexidade

Resumen

A diferença entre empatia natural e empatia psicanalítica baseia-se num princípio de complexidade. Os psicanalistas, diferentemente de pessoas comuns, são treinados para manter suas mentes abertas à complexidade, a sempre deixar uma parte de sua tela mental não-saturada, a serem capazes de dar lugar, de forma representativa, a partes cindidas da mente e a novos desenvolvimentos na relação analítica. Apesar disso, a empatia ainda é um conceito bastante mal-entendido em psicanálise. Até hoje, muitos analistas ainda confundem empatia com uma ordem concordante interna, trivial e sem conflitos, ou simples e benevolente. Eles realmente não levam em conta a passagem por uma contratransferência complementar, que é uma experiência necessária para se obter um verdadeiro conhecimento de uma parte mais ampla do mundo interno do paciente. Outros pensam que compartilhar e empatia sejam a mesma coisa, mas o autor discorda, considerando a última como o precursor da primeira: nem tudo que é
compartilhado é representado e pensado. A relação entre empatia e contratransferência não é menos complexa: quando a contratransferência leva o analista à identificação (um fenômeno inconsciente), não pode haver empatia. É por isso que todos os autores concordam com a necessidade de um trabalho de contratransferência, de uma elaboração pelo analista para ampliar sua consciência livrando-o da identificação. Mas também é verdade que sem a experiência real da contratransferência é impossível obter conhecimento sobre uma parte importante do mundo interno do  paciente, assim como das relações que lá se encontram, e revelar cenários, atmosferas e colorações específicas. Uma situação de supervisão e dois casos clínicos ilustram esta questão (AU)

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Stefano Bolognini, Sociedade Psicanalítica Italiana (SPI)

Psicanalista Didata da Sociedade Psicanalítica Italiana (SPI)

Citas

BERES, D; ARLOW, J. (1974). Fantasy and identification in empathy. Int. J. Psycho-anal. v. 43, p. 26-50.

BION, W. (1959). Attacks on links. Int. J. Psycho-anal. v. 40, p. 308-315.

. (1967). Second thoughts. London: Heinemann.

. (1970). Attention and interpretation: a scientific approach to insight in psycho-analysis and groups. London: Tavistock.

BOLOGNINI, S. (1995). Condivisione e fraintendimento. Rivista di Psicoanalisi. v. 41, p. 565-582.

. (1997a). Empatia e patologie gravi. In: Correale, A.; Rinaldi, L. Quale psicoanalisi per le psicosi? Milano: Cortina.

. (1997c). Empathy and empathism. Int. J. Psycho-anal. v. 78, p. 279-293.

. (1998). Compartir y malentender. Revista de Psicoanalisis. v. 55, p. 7-20.

. (2001). Empathy and the unconscious. Int. J. Psycho-anal. v. 70, p. 447-473.

. (2002). L’empatia psicoanalitica. Torino: Bollati Boringhieri.

. (2004a) Intrapsychic-Interpsychic. Int. J. Psycho-anal v. 85, p. 337-357.

. (2004b) Psychoanalytic empathy. London: Free Associations Books.

DEUTSCH, H. (1926). Occult processes occurring during psychoanalysis. In: Devereux, G. Psychoanalysis and the Occult, New York: Univ. Press, 1953. p. 418-433.

FREUD, A. (1936). The ego and mechanism of defense. New York: Univ. Press.

GABBARD, G. (1994). Psychodynamic psychiatry in clinical practice. New York: The DSM-IV Edition; American Psychiatric Press.

GROTSTEIN, J. (1981). Splitting and projective identification. New York, Jason Aronson.

. (2003). Projective identification and projective transidentification. A reassessment and extension of the concept. In press.

KLEIN, M. (1955). On identification. In: New Directions in Psycho-Analysis. Heimann, P.; Klein, M.; Money- Kyrle, R. London: Tavistock. p. 401-445.

KOHUT, H. (1971). The analysis of the self. New York: Univ. Press.

. (1977). The restoration of the self. New York: Univ. Press.

. (1984). How does analysis cure? Chicago: Univ. of Chicago Press.

MODELL, A. (1990). Other times, other realities. Toward a theory of psychoanalytic treatment. Cambridge: Harvard University Press.

MONEY-KYRLE, R. (1956). Normal countertransference and some of its deviations. In: Papers 1927-197. Perthshire: Clunie,1978.

ORANGE, D. (1995). Emotional understanding. New York: Guilford.

RACKER, H. (1953). A contribution to the problem of countertransference. Int. J. Psycho-anal. v. 34, p. 313-324.

. (1958). Countertransference and interpretation. Int. J. Psycho-anal. v. 6, p. 215-221.

ROSENFELD, H. (1987). Impasse and interpretation. London: Tavistock.

SCHAFER, R. (1983). The analytic attitude. New York: Basic Books.

STEINER, J. (1993). Psychic retreats. Pathological organizations in psychotic, neurotic and borderline patients. New York: New Library of Psychoanalysis.

WIDLÖCHER, D. (2003). La personne du psychanalyste et les processsus d’empathie et de copensées. In : Federazione Europea di Psicoanalisi Bulletin. v. 57, p. 89-96.

Publicado

2021-03-28

Cómo citar

Bolognini, S. (2021). Mal-entendidos em empatia: o que é específico na experiência da compreensão na análise?. Revista De Psicoanálisis De La SPPA, 13(2). Recuperado a partir de https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/796

Número

Sección

Artigos