O inconsciente e as relações de objeto

Autores/as

  • Charles Hanly Sociedade Psicanalítica Canadense

Resumen

Este artigo explora o impacto dos processos inconscientes em nossa compreensão do que ficou conhecido como teorização psicanalítica relacional. Essa visão relacional está baseada em duas premissas principais: primeiro, as relações de objeto são os fatores causais fundamentais na vida psíquica em geral e na patogênese, tendo prevalência sobre as pulsões e o desenvolvimento da pulsão; segundo, a relação de objeto que existe entre o analista e o analisando é caracterizada pela ocorrência de enactments recíprocos da transferência/contratransferência. Os fundadores da teorização psicanalítica relacional afirmavam que a primazia da libido, como Freud a definiu, não concordava com as relações de objeto ou não conseguia valorizar a importância dessas relações. Contudo, Freud inclui o objeto e a relação com o objeto em sua definição esquemática de instinto. As inovações conceituais da teoria relacional são, sem dúvida, bem intencionadas. Uma vez que a implicação da objetividade do analista é considerada e que a idéia epistemológica do analista irredutivelmente subjetivo é modificada por tornar-se consistente com essa implicação, a idéia propõe uma cautela altamente salutar para os analistas, ou seja, tratar suas observações, sentimentos e idéias sobre seus pacientes com um ceticismo informado e nunca tomá-los por certos. Essa posição modificada é o realismo crítico. Finalmente, a psicanálise relacional pode acabar se tornando mais um escape do inconsciente, em vez de ser um insight mais profundo na sua natureza e em suas formas de funcionamento.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Charles Hanly, Sociedade Psicanalítica Canadense

Membro da Sociedade Psicanalítica Canadense.

Citas

ABRAMS, S. (1986). Disposition and the environment. The Psychoanalytic Study of the Child, 42:41- 60.

STOLOROW, R. & ATWOOD, G. (1997). Deconstructing the myth of the neutral analyst: an alternative from intersubjective systems theory. Psychoanal. Q., 66: 431-449.

CHUSED, J. (1986). Consequences of parental nurturing. The Psychoanalytic Study of the Child, 41:419-438.

DESCARTES, R. (1649). The passions of the soul. In: Philosophical Works of Descartes, v. 1. New York: Dover Publications, 1955, pp.329-427.

FAIRBAIRN, W.R.D. (1946). Object-relationships and dynamic structure. International Journal of Psycho-Analysis, 27: 30-37.

______. (1963). Synopsis of an object-relations theory of personality. International Journal of Psycho-Analysis, 44: 224-225.

FREUD, A. (1946). The psychoanalytic study of infantile feeding disturbances. In: The Writings of Anna Freud, v. 4, New York: International Universities Press, 1968, pp. 39-59.

______. (1949). Notes on aggression. In: The Writings of Anna Freud, v. 4. New York: International Universities Press, 1968, pp.60-74.

FREUD, S. (1895). Project for a scientific psychology. Standard Edition, 1: 295-343.

______. (1908). Hysterical phantasies and their relation to bisexuality. Standard Edition, 9: 159- 166.

______. (1914). On narcissism, an introduction. Standard Edition, 14: 73-104.

______. (1915). Instincts and their vicissitudes. Standard Edition, 14: 117-140.

______. (1917). Mourning and melancholia. Standard Edition, 14: 239-25

______. (1923), The ego and the id. Standard Edition, 19: 12-68.

______. (1933). New introductory lectures on psychoanalysis. Standard Edition, 22: 1-182.

______. (1937). Analysis terminable and interminable. Standard Edition, 23: 216-254.

GERSON, S. (1996). Neutrality, resistance and self-disclosure in an intersubjective psychoanalysis. Psychoanal. Dial., 6: 623-647.

HANLY, C. (1978). Instincts and hostile affects. International Journal of Psycho-Analysis, 59: 149-156.

______. (1986). Review of The Assault of Truth: Freud’s Supression of the Seduction Theory. Int. J. Psycho-Anal., 67: 517-519.

______. (1995). On facts and ideas in psychoanalysis. International Journal of Psycho-Analysis, 76:901-908.

______. (1999). Subjectivity and objectivity in analysis. J. Amer. Psychoanal. Assoc., 47: 427-444.

______ and Hanly, M.A.F. (2001). Critical realism: distinguishing the psychological subjectivity of the analyst from epistemological subjectivism. J. Amer. Psychoanal. Assoc., 49: 515-532.

______ and Nichols, C. (2001). A disturbance of psychoanalytic memory. Philosophy of the Social Sciences, 31: 279-301.

HEIDEGGER, M. (1927). Being and Time. London: SCM Press, 1962.

KANT, I. (1781). Immanuel Kant’s Critique of Pure Reason. London: Macmillan, 1950.

______. (1788). Kant’s Critique of Practical Reason. Toronto: Longmans, Green, 1909.

KOHUT, H. (1959). Introspection, Empathy and Psychoanalysis. In: The Search for the Self. New York: International Universities Press, 1975, pp. 3-23.

______. (1977). The Restoration of the Self. New York: International Universities Press.

LOEWALD, H. (1951). Ego and reality. International Journal of Psycho-Analysis, 32: 10-18.

MERLEAU-PONTY, M. (1945). Phenomenology of Perception. London: Routledge & Kegan Paul, 1962.

MILL, J.S. (1863). Utilitarianism. London: Longmans, Green, 1907.

NEUBAUER, P. (1987). Disturbances in object representation. Psychoanalytic Study of the Child, 42:335-351.

NOVICK, K. and NOVICK, J. (1987). The essence of masochism. Psychoanalytic Study of the Child, 42: 353-384.

OGDEN, T. (1999). The analytic third: an overview. In: Relational Perspectives in Psychoanalysis: The Emergence of a Tradition. NJ: Analytic Press, pp. 487-492.

ORNSTEIN, A. and ORNSTEIN, P. (1994), On the conceptualization of clinical facts. International Journal of Psycho-Analysis, 75: 977- 994.

RENIK, O. (1993). Analytic interaction: conceptualizing technique in light of the analyst’s irreducible subjectivity. Psychoanal. Q., 62: 553-571.

______. (1998). The analyst’s subjectivity and the analyst’s objectivity. Int. J. Psycho-Anal., 79: 487-497.

SARTRE, J.-P. (1943). Being and Nothingness. New York: Philosophical Library, 1956.

SEGAL, H. (1979). Melanie Klein. New York: The Viking Press.

SHENGOLD, L. (1989). Soul Murder: The Effects of Childhood Abuse and Deprivation. New Haven: Yale University Press.

SPENCE, D. (1994). The special nature of psychoanalytic facts. International Journal of Psycho-Analysis, 75: 915-925.

SPINOZA, B. (1677). Ethics. In: Spinoza Selections. New York: Charles Scribner’s Sons, 1939, pp.94-400.

Publicado

2023-06-14

Cómo citar

Hanly, C. (2023). O inconsciente e as relações de objeto. Revista De Psicoanálisis De La SPPA, 10(3), 419–436. Recuperado a partir de https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/1118