Consciência: um olhar complexo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/sppa%20revista.v15i3.803

Palavras-chave:

Consciência, Complexidade, Autopoiese, Psicanálise como experiência autopoiética

Resumo

Neste texto é retomada uma idéia de Freud pouco mencionada, seguindo os passos de Mark Solms (1997) e na qual ele, Freud, afirma ser a atividade mental inteiramente inconsciente, sendo a consciência apenas uma percepção parcial, limitada e não confiável do que realmente se passa na mente. Examinando-a à luz do paradigma da complexidade, parece ser uma postura compatível com idéias de Espinosa, Maturana, Varela e outros pensadores provenientes de campos tão díspares quanto física, matemática, cibernética e neurociências. Um histórico destes outros campos mostra que a psicanálise influenciou e foi influenciada por eles, participando na evolução de conhecimentos sobre a mente humana. É discutido o pressuposto de que a consciência tem o mesmo estatuto de outros sentidos, como visão e audição, não havendo distinção entre corpo e mente, pois são expressões de uma unidade funcional. Aceitar a mudança de paradigma, a rigor, poucas diferenças trará na prática psicanalítica, desde sua origem impregnada das noções de complexidade, mas a compreensão dos fenômenos estudados, sim, merecerá novas abordagens e explicações decorrentes da impossibilidade de transmissão de conhecimentos, o que leva a trazer à baila a constituição interna dos participantes e suas respectivas autopoieses (AU)

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luiz Ernesto Pellanda, Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre (SPPA). Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Membro efetivo da Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre (SPPA). Especialista em Clínica Médica pela AMB, Especialista em Clínica Psiquiátrica pela UFRGS.

Referências

DAMÁSIO, A. (1999). O mistério da Consciência. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

DUPUY, J-P. (1994). Nas Origens das Ciências Cognitivas. São Paulo: Editora UNESP, 1995.

EDELMAN, G. (1992). Biologia da consciência. As raízes do pensamento. Lisboa: Piaget, 1995.

ETCHEGOYEN, R.H. (1987). Fundamentos da Técnica Psicanalítica. Porto Alegre: Artes Médicas.

FREUD, S. (1915). The unconscious. In: Standard Edition of the Complete Psychological Works of Sigmund Freud. London: Hogarth, 1962, v. 14, p.166-215.

. (1917). A difficulty in the path of psychoanalysis. In: Standard Edition of the Complete Psychological Works of Sigmund Freud. London: Hogarth, 1962, v. 17, p.137-144.

. (1923) The Infantile Genital Organization. In: Standard Edition of the Complete Psychological Works of Sigmund Freud. London: Hogarth, 1962, v. 19, p.141-145.

. (s/d). Edição Eletrônica Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio De Janeiro: Imago Editora, CD-ROM.

HARTH, E. (1993) The Creative Loop – How the brain makes a mind. London: Penguin Books, 1995.

HUMPHREY, N. (2000). “How to solve the Mind-Body Problem” In: Journal of Consciousness Studies, Thoverton /UK Imprint Academic. 7, nº. 4, 2000, p 5-20.

KERNBERG, O. (1996). Thirty methods to destroy the creativity of psychoanalytic candidates. Int. J. Psycho-Anal., v.77, p.1031-1040.

KLIMOVSKY, G. (1987). Aspectos epistemológicos da interpretação psicanalítica. In: ETCHEGOYEN, R.H., (1987) Fundamentos da Técnica Psicanalítica. Porto Alegre: Artes Medicas.

MATTE-BLANCO, H. (1975) The Unconscious as Infinite Sets. London: Duckworth.

MATURANA, H. (1996) Biologia da autoconsciência. In: PELLANDA N. E. Psicanálise Hoje: Uma Revolução do Olhar. Petrópolis: Vozes, p. 599-623

. ; VARELA, F. (1984) El Árbol del Conocimiento. Las bases biológicas del entendimiento humano. 7ª Ed., Santiago/ Chile: Editorial Universitaria, 1990.

MORIN, E. (1990) Introdução ao pensamento complexo. Lisboa: Publicações Instituto Piaget, 1991.

MCGINN, C. (1989) “Can we solve the mind-body problem?” Mind, v.98, p. 349-66, jul. de 1989.

NICOLELIS, M. (2008) http://www.sciam.com/podcast/episode.cfm?id=835EFB22-D4E1-ADD9-068213BE0712AA2C (acessada em Nov. 2008)

PELLANDA, N. (1996) “Onde se viu árvore roxa?” Conhecimento e subjetividade. In: Psicanálise Hoje: Uma Revolução do Olhar. Petrópolis: Vozes. p.227-246.

PELLANDA, L.E. (2007) Personal Formation and Psychoanalytical Cure: a complex perspective approach. Proceedings of the 2007, International Human Science Research Conference, Rovereto,

. (1996) Auto-análise pós Psicanálise In: PELLANDA N. E PELLANDA L. (Org.). Psicanálise Hoje: Uma Revolução do Olhar. Petrópolis: Vozes. p.227-246.

VARELA, F.; THOMPSON, E.; ROSCH, E. (1993) The Embodied Mind. Cambridge, MA: MIT Press.

SACKS, O. (1984) Com uma perna só. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2003.

SOLMS, M. (1997) What Is Consciousness? In: Journal of the American Psychoanalytic Association, v. 45, p.681-703

TERRA, D., GRANDI, A. e BORGES, H. (2004) A abordagem enaction para a cognição e suas implicações na modelagem de sistemas inteligentes. Acessado em http://www.lsi.cefetmg.br/publicacoes/files/Terra-Grandi-Borges-SBRN-2004.pdf em janeiro de 2009.

Publicado

11-04-2021

Como Citar

Pellanda, L. E. (2021). Consciência: um olhar complexo. Revista De Psicanálise Da SPPA, 15(3), 421. https://doi.org/10.5281/sppa revista.v15i3.803

Edição

Seção

Artigos