Que palhaço carrega uma arma? Reflexão sobre o Coringa e as vinganças narcísicas
Palabras clave:
Abuso, Agressão, Analidade, Masoquismo, Sadismo, Narcisismo, VingançaResumen
Este artigo é sobre Joker (no Brasil, Coringa), filme de 2019 dirigido por Todd Phillips em roteiro conjunto com Scott Silver. Arthur Fleck, o protagonista, e Joker, seu pseudônimo, mergulham nas dimensões mais profundas do sujeito humano e ilustram, caricaturalmente, o funcionamento do inconsciente. Através desse personagem grotesco, o filme oferece ao público a intensa oportunidade de mergulhar e sondar o profundo, escuro e vasto espaço interior que habita cada um de nós. O caminho seguido por este artigo pressupõe a ideia de vingança, retribuição e compensação por traumas precoces. Em outras palavras, a estrutura humana levada em consideração refere-se ao sadismo, presente, ao menos até certo ponto, em qualquer nosologia. O presente trabalho tenta seguir algumas rotas interpretativas para explicar a história de Arthur e a transformação de um oprimido em um personagem bizarro, o Coringa. O universo winnicottiano (patologias da transicionalidade) foi chamado a contribuir para os fundamentos teóricos, da mesma forma que autores que se concentram no narcisismo e na vingança narcísica, como, por exemplo, Grunberger. O trabalho procura entender Arthur, sua impotência e posterior transmutação mágica, representando alguém que carrega perdas sem a possibilidade de nomeação e que se vinga do mundo. Essa é a vingança narcísica (AU)
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