Editorial
DOI:
https://doi.org/10.5281/sppa%20revista.v21i3.154Palabras clave:
Editorial, Psicanálise, InterpretaçãoResumen
Prezado leitor,
Nossa última publicação de 2014, o número temático que apresentamos, repleto de artigos variados e originais, expressa mais uma vez criatividade e liberdade para se pensar e repensar a psicanálise. Características, aliás, do nosso querido professor, amigo e colega Dr. David Epelbaum Zimerman, que deixou saudades e um grande legado não somente como psicanalista, mas também como pessoa, fonte permanente de admiração e inspiração no nosso vir a ser cotidiano. Idete Zimerman Bizzi e Flavio Rotta Correa homenageiam o pai, amigo e colega com palavras carinhosas, tão afetivos como costumava ser o Dr. David na relação conosco. Destacam sua produtiva vida como autor e difusor na psiquiatria e na psicanálise.
Não há muito tempo, perdemos também Betty Joseph, referência mundial e ícone da psicanálise inglesa que deu continuidade ao trabalho de Melanie Klein. Germano Vollmer Filho, que teve o privilégio de conviver próximo a ela, faz um reconhecimento de suas principais contribuições à psicanálise. Enfatiza questões técnicas como o aqui e agora no campo analítico para alcançar a mudança psíquica.
Interpretação hoje, tema principal deste número, é amplamente revisitado por vários autores. Iniciando por uma retrospectiva histórica e evolutiva da mesma como principal instrumento na técnica psicanalítica, os autores, na sequência, abordam aspectos da sua construção, tanto no nível da comunicação quanto da metacomunicação, destacam a importância da capacidade negativa e do brincar neste processo, questionam a problemática e validação da interpretação na psicanálise de crianças e sugerem uma função integradora para o processo interpretativo como gerador de significados mais eficiente que a função paterna e materna, ao funcionar como cena primitiva mental. A interpretação é, além disso, comparada com a poesia ao situar-se nos “limites do impensável”, fora do terreno racional, ao abrir possibilidades infinitas na constituição do sujeito. O último texto sobre Interpretação hoje concentra-se em questões da hipermodernidade, com ênfase no impacto das novas tecnologias na vida psíquica e de relação, assim como a irreversível repercussão destas mudanças na prática psicanalítica.
Na seção especial que comemora os cem anos dos artigos de 1914, mudanças e permanências da metapsicologia clássica formulada por Freud são pensadas por José Milmaniene sob o viés lacaniano. Maria Cristina Garcia Vasconcellos desenvolve uma breve revisão e reflexão sobre o narcisismo na atualidade. Paulo Henrique Favalli e grupo fazem uma releitura de Além do princípio do prazer. Embora focado neste artigo de 1920, o trabalho traz questões metapsicológicas estudadas por Freud.
Finalizamos com Psicanálise em debate, nova modalidade na Revista,
surgida espontaneamente a partir das questões polêmicas suscitadas pelas reflexões sobre instinto, pulsão e objeto no artigo de Roaldo Naumann Machado. Questões essas que dão lugar ao debate científico a partir do comentário de Carlos Ernesto Barredo e da réplica de Roaldo.
Desejamos a todos uma boa leitura e um Feliz Ano Novo.
Tula Bisol Brum
Editora da Revista de Psicanálise da SPPA
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