Sonhar consigo mesmo e com os outros

Abstract

O texto que se segue propõe uma reflexão sobre as possibilidades de coexistência entre narcisismo saudável, considerado como base somatopsíquica autorreferencial necessária para desenvolver interesse e criatividade em relação ao mundo, e o relacionamento amoroso, compreendido como investimento do objeto-não eu, atrativo, mas também frustrante, pois representa aquilo que falta ao sujeito, às vezes disposto a anular-se para não perdê-lo. O sonho constitui um divisor de águas fundamental, pois reconduz a centralidade do sujeito para a sua base não somente psicossomática como também relacional. Na sequência, a autora explora, com a ajuda de alguns casos clínicos, as dificuldades relativas à oscilação entre narcisismo e relação de objeto, referindo-se à fase de identificação primária e às suas repetições na relação analítica.

Palavras-chave: narcisismo, subjetivação, relação objetal, sonho, identificação primária, oscilação, fixação.

Abstract

Dreaming about oneself and the others

The author proposes a reflection over the possibilities of coexistence between healthy narcissism - considered as the self-referential psychosomatic basis that is necessary to develop interest and creativity towards the world - and love relationship, understood as the investment of the non-me object. The latter is attractive, but also frustrating, since it represents what is missing to the subject, sometimes willing to annihilate him or herself so as not to lose it. The dream is a fundamental watershed, since it leads the centrality of the subject back to its relational and psychosomatic basis. Afterwards, the author explores the difficulties concerning the oscillation between narcissism and object relation thanks to some clinical vignettes, referring to the phase of primary identification and its repetitions in the analytic relationship.

Keywords: narcissism, subjectivation, object relation, dream, primary identification, oscillation, fixation.

Resumen

Soñar consigo mismo y con los demás

La autora propone una reflexión sobre las posibilidades de coexistencia entre un narcisismo sano, visto como la base psicosomática autorreferencial necesaria para desarrollar interés y creatividad con respecto al mundo, y la relación amorosa, comprendida como investidura del objeto no-yo, atractivo pero también frustrante, pues representa lo que falta al sujeto, a veces dispuesto a anularse para no perder ese objeto. El sueño constituye un modo de viraje fundamental, pues reconduce la centralidad del sujeto a su base no solo psicosomática, sino también relacional. Acto seguido, la autora explora, con la ayuda de algunos casos clínicos, las dificultades relativas a la oscilación entre narcisismo y relación de objeto, refiriéndose a la fase de identificación primaria y a sus repeticiones en la relación analítica.

Palabras clave: narcisismo, subjetivación, relación de objeto, sueño, identificación primaria, oscilación, fijación.