A arquitetura da ponte entre self e outro
Palavras-chave:
Autismo, Representação de self, Angústia de aniquilamentoResumo
Entre as várias áreas do conhecimento que se dedicam a estudar as origens do self, há um consenso de que não se pode falar de nascimento do ‘self’ sem falar de nascimento do ‘outro’, já que ambos estão intrinsecamente ligados. A partir da matriz diádica, o desenvolvimento do self ocorre simultaneamente com o encontro com o outro, sendo tal processo caracterizado, em um dos polos, por momentos de sintonia, espelhamento e imitação, que privilegiam a experiência de igualdade entre mãe e filho, alternando com momentos de ruptura, que revelam as diferenças entre os dois. Entre estes dois polos, há uma constante tentativa de recuperação do estado diádico de sintonia. Tal padrão propicia uma dialética ótima entre self e outro, de modo que nem se abdica da espontaneidade individual, nem há afastamento, criando-se um espaço virtual e plástico entre self e outro. O caso clínico de uma criança com um transtorno autístico incipiente é usado para ilustrar as angústias primitivas que surgem durante a definição do self frente ao outro, as manobras defensivas por elas determinadas e o papel da análise na criação de uma ponte possível capaz de, ao mesmo tempo, unir e separar self e outro (AU)
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