Uso dissimulativo do objeto e a corrupção da verdade
Palavras-chave:
Mal-estar na cultura, Pensamento mágico, Dissimulação da verdadeResumo
O discurso, no âmbito do sujeito social, constitui um eficiente modulador das relações estruturais civilizatórias. Como norma, espera-se que o processo comunicacional cumpra a sua função precípua de esclarecer e facilitar a compreensão da realidade e, portanto, contribuir positivamente para a construção do conhecimento. Mas, em tempo de crise, em época de exacerbação do mal-estar na cultura, é lícito esperar que o uso da palavra, em particular do discurso racional, mantenha a sua potência organizadora? Dentro de um recorte conceitual psicanalítico, utilizando-se alguns conceitos de Freud sobre o desenvolvimento dos rudimentos de um aparelho psíquico capaz de pensar a realidade em si, ou o incognoscível, discute-se a força (des)estruturante da palavra. Observa-se, de forma mais específica, a força do pensamento mágico, ou a potência do desejo, que, em situações de crise, ao avançar sobre o pensamento racional, possui o poder de desconstruir a força reveladora da palavra. Discute-se brevemente, utilizando um exemplo clínico e duas situações históricas, um conceito exploratório e o uso dissimulativo do objeto, que examina o efeito psíquico desorganizador frente ao falseamento da verdade (AU)
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