As metas da psicanálise: novos e velhos paradoxos

Resumo

O predomínio dos modelos ideais no momento de estabelecer as metas do trabalho psicanalítico leva a uma série de paradoxos, ou polaridades, apontada em 1965 por R. Wallerstein (existência/não existência de metas na análise, metas relativas ao processo/metas relativas aos resultados, visões otimistas/pessimistas sobre as metas). Estas polaridades são cotejadas com posições similares, existentes na mesma época no Rio da Prata (J. Bleger discutido por D. Liberman e C. A. Paz). A evolução posterior das ideias mostra a emergência de novas oscilações quando se tenta definir as metas a partir do conceito de processo psicanalítico. Ditas dificuldades sugerem a conveniência de prestar mais atenção à variedade de tratamentos que nós, analistas, realizamos em nossa prática real e aos resultados que efetivamente alcançamos neles. Estas ideias são examinadas a partir de um caso clínico cujo tratamento se aparta da análise clássica. Descrevem-se os diferentes tipos de metas que apareceram de forma progressiva para o analista durante as sessões e o papel que desempenharam. De modo mais geral, discute-se a natureza das metas dos tratamentos analíticos e a sua relação com as características do processo psicanalítico (AU)

Abstract

Psychoanalytic goals: new and old paradoxes

The prevalence of ideal models when establishing the goals of psychoanalytic work has led to a series of paradoxes or polarities pointed by R. Wallerstein in 1965 (existence/nonexistence of goals in analysis; process-oriented goals/outcome-oriented goals; optimistic/pessimistic views regarding goals). These polarities are compared with similar positions that existed in those times in Rio de la Plata (J. Bleger as discussed by D. Liberman and C. A. Paz). The further development of the ideas shows the emergence of new swayings, when attempting to define the goals starting from the concept of the psychoanalytic process. Such difficulties suggest the convenience of paying more attention to the variety of treatments that we analysts actually practice, and the results we actually achieve in them. These ideas are examined using as starting point a clinical case that diverts from classical analysis. The paper describes the different types of goals that progressively appeared in the analyst during the sessions and the role they play. In a broader way, the nature of the goals in psychoanalytic treatment is discussed, as well as its relation with the features of the psychoanalytic process.

Keywords: Psychoanalytic goals; Psychoanalytic process; Results (or effects) in psychoanalysis

Resumen

Las metas del psicoanálisis: nuevas y viejas paradojas

El predominio de los modelos ideales en el momento de establecer las metas del trabajo psicoanalítico ha conducido a una serie de paradojas o polaridades, señaladas en 1965 por R. Wallerstein (existencia/no existencia de metas en el análisis, metas referentes al proceso/metas referentes a los resultados, visiones optimistas/pesimistas sobre las metas). Estas polaridades son cotejadas con posiciones similares, existentes en la misma época en el Río de la Plata (J. Bleger discutido por D. Liberman y C. A. Paz). La evolución posterior de las ideas muestra la emergencia de nuevas oscilaciones cuando se intenta definir las metas a partir del concepto de proceso psicoanalítico. Dichas dificultades sugieren la conveniencia de prestar más atención a la variedad de tratamientos que los analistas realizamos en nuestra práctica real y a los resultados que efectivamente alcanzamos en ellos. Estas   ideas son examinadas a partir de un caso clínico cuyo tratamiento se aparta del análisis clásico.  Se describen los diferentes tipos de metas que aparecieron en forma progresiva en el analista durante las sesiones, y el papel que jugaron. De manera más general, se discute la naturaleza de las metas de los tratamientos analíticos, y su relación con las características del proceso psicoanalítico.

Palabras clave: Metas psicoanalíticas; Proceso psicoanalítico; Resultados (o efectos) del psicoanálisis