Editorial
DOI:
https://doi.org/10.5281/sppa%20revista.v15i1.297Resumo
Esse editorial marca o início do desafio de exercer a função de Editor da Revista de Psicanálise da SPPA.A escrita psicanalítica iniciada por Freud, e mantida por seus seguidores ao longo do tempo, conserva sua tradição, ampliada pelo grande número de periódicos publicados pelas instituições psicanalíticas no mundo todo. A divulgação de idéias através dessas publicações tem um importante papel na continuidade da psicanálise.
Justamente pela consciência do papel que uma publicação ocupa dentro de uma instituição psicanalítica é que gostaria de manifestar minha satisfação pela confiança depositada em mim pelo colega Sérgio Lewkowicz, atual Presidente da SPPA, ao me convidar para exercer a função acima referida, satisfação essa à qual se seguiu uma outra tomada de consciência: o desafio de manter a qualidade que torna nossa revista uma publicação respeitada no meio psicanalítico, resultado que é fruto do trabalho dos colegas que me antecederam nessa função e de seus colaboradores.
As preocupações com essa responsabilidade certamente se atenuarão pela possibilidade de contar com os Editores Associados, Flávio de Oliveira e Souza (Executivo), Gisha Brodacz (Redação) e Tula Bisol Brum (Seções Especiais e Entrevistas) e com os demais membros do Conselho Editorial: Lúcia Thaler, Luisa Maria Rizzo, Magali Fischer e Patrícia Fabrício Lago. E também pela companhia das novas colaboradoras desse Conselho: Luiza Olga L. Hoefel, Neusa Knijnik Lucion, Regina Orgler Sordi e Rosane Schermann Poziomczyk. Cabe ainda salientar a presença tranqüilizadora dos membros dos Conselhos Consultivo e de Revisores para a realização dessa tarefa.
O tema deste número, que começou a ser organizado ainda sob a coordenação de Anette Blaya Luz, Editora que me antecedeu, foi escolhido a partir do intercâmbio de idéias, do diálogo psicanalítico. O relato entusiasmado de vários colegas de nossa Sociedade presentes ao 45° Congresso da Associação Internacional de Psicanálise (IPA), realizado em Berlim, no mês de julho de 2007, que abordou o “Recordar, repetir e elaborar na psicanálise e na cultura hoje”, foi um estímulo para a publicação de artigos relacionados a um assunto muito debatido nesse encontro: as conseqüências, ao longo dos anos, nos psiquismos individual e grupal, decorrentes das barbáries perpetradas pelo ser humano contra o ser humano. Assim surgiu “Trauma Coletivo e Transgeracionalidade”.
A busca da Comissão Editorial foi publicar um número que refletisse a ligação com o Congresso de Berlim, presente em Psicanálise em um mundo em transformação, discurso de abertura proferido pelo Presidente da IPA, Dr. Cláudio Laks Eizirik. Procuramos ainda ampliar o entendimento de sentimentos humanos que podem estar na raiz desses traumas coletivos através do artigo Preconceito razão e não-razão, escrito por Viviane Mondrzak, nossa colega da SPPA.
Também foi um objetivo mostrar as conseqüências ao longo do tempo de uma das maiores barbáries da nossa era, o Holocausto durante a Segunda Guerra, abordadas em Recordação, trauma e memória coletiva: a batalha pela recordação na psicanálise, de Werner Bohleber; As crianças da Alemanha nazista: as vivências 60 anos depois, de Michael Ermann; Recordação da realidade histórica nas análises de filhos de sobreviventes do Holocausto, de Ilany Kogan e A História de um Grupo: uma visão analítica do uso da contação de histórias para romper a transmissão do silêncio, de Deena Harris; A propósito de um trauma coletivo mais recente, publicamos Os desaparecidos: limites e expansões da representação, no qual Letícia Fiorini analisa os efeitos psíquicos da violência de Estado na Argentina (1976-1982), 32 anos depois. Finalizamos esta edição com dois artigos que abordam as influências das marcas de eventos traumáticos ligados à violência sobre a relação analítica: A noite do caçador: mal-estar na cultura contemporânea, de Gilbert Diatkine, e Trauma coletivo e o espaço psicanalítico, de Shmuel Erlich.
Desejamos uma boa leitura a todos.
Zelig Libermann
Editor da Revista de Psicanálise da SPPA
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Atribuo os direitos autorais que pertencem a mim, sobre o presente trabalho, à SPPA, que poderá utilizá-lo e publicá-lo pelos meios que julgar apropriados, inclusive na Internet ou em qualquer outro processamento de computador.
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