O acting-in como eixo de um processo mutacional no tratamento analítico
DOI:
https://doi.org/10.5281/sppa%20revista.v15i2.583Palavras-chave:
Acting-in, Figurabilidade, Reação terapêutica negativa, Escuta analítica, ElaboraçãoResumo
Este texto é o fruto de uma longa reflexão teórico-técnica que começou pelos avatares que se produzem em um tratamento analítico. A articulação teórico-clínica é o objeto deste trabalho. Durante uma sessão, e após vários anos de tratamento, uma paciente fez um acting-in de grande violência. Foi a análise e a compreensão deste ato que permitiram que a recordação de uma experiência muito antiga emergisse e que o processo de elaboração se instalasse no tratamento. Esse processo teve como ponto de partida um Agieren. Foi o princípio de um movimento mutacional fecundo, que teve um resultado favorável. Após esse momento crítico, foi possível resolver uma reação terapêutica negativa e o processo analítico se reativou. Este processo foi possível após a união e a articulação, no pensamento da analista, do acting-in da paciente e de uma figurabilidade enigmática que a havia invadido ao finalizar a primeira entrevista com esta paciente e que havia esquecido até esse momento. A compreensão de um esclarecia o sentido do outro e vice-versa. O movimento regressivo do pensamento da analista, que adquiriu a forma de uma figurabilidade desagradável, aparece aqui como uma resposta contratransferencial ao fracasso da figurabilidade e à impossibilidade de elaboração da paciente. Durante a primeira entrevista, a analista havia percebido, de maneira fugaz e intuitiva, elementos fundamentais denegados e escindidos pela paciente, que surgiram no pensamento da analista através dessa figuração. O acting-in da paciente era a encenação das vivências arcaicas e devastadoras do infans. A articulação e a união destes dois movimentos opostos, acting-in/figurabilidade, no pensamento da analista, permitiram dar um sentido novo e o nascimento de uma construção em comum (AU)
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