A sexualidade na psicanálise: reflexões a respeito da dualidade, do gênero e da homofobia

Autores

  • Edilene de Lima Universidade Estadual de Maringá (UEM)

DOI:

https://doi.org/10.5281/sppa%20revista.v25i3.386

Palavras-chave:

Psicanálise, Sexualidade, Homofobia

Resumo

Este trabalho tem por objetivo discutir elementos que compõem os conceitos de sexo, gênero e sexualidade, privilegiando a teoria e o método da psicanálise. Para a psicanálise, a sexualidade não equivale ao sexo, mas trata-se de um complexo, abrangente de toda a vida psíquica, em constante movimento no indivíduo e na cultura. No entanto, a fluidez da sexualidade provoca desarranjos nas ilusões de continuidade e estabilidade tanto da identidade quanto da vida afetiva. Toda forma de sexualidade inclui renúncias e frustrações à vida psíquica. Levanto a hipótese de que a homofobia pode ser entendida como uma defesa frente à fluidez da sexualidade, despertando partes perversas que julgam e condenam em desconsideração ao outro.

Palavras-chave: Psicanálise; Sexualidade; Homofobia

 

Abstract

Sexuality in psychoanalysis: reflections on duality, gender and homophobia

This paper aims to discuss elements that make up the concepts of sex, gender and sexuality, privileging the psychoanalytic theory and method. For psychoanalysis, sexuality is not equivalent to sex, but it is a complex that encompasses all psychic life, constantly moving within the individual and in culture. However, the fluidity of sexuality causes disarray in the illusions of continuity and stability both of identity and of affective life. Every form of sexuality includes renunciations and frustrations to psychic life. I raise the hypothesis that homophobia can be understood as defense against the fluidity of sexuality, awakening perverse parts that judge and condemn disregarding the other.

Keywords: Psychoanalysis; Sexuality; Homophobia

 

Resumen

La sexualidad en el psicoanálisis: reflexiones sobre la dualidad, el género y la homofobia

Este trabajo tiene por objetivo discutir elementos que componen los conceptos de sexo, género y sexualidad, privilegiando la teoría y el método del psicoanálisis. La sexualidad para el psicoanálisis no equivale al sexo, pero se trata de un complejo, abarcador de toda la vida psíquica, en constante movimiento en el individuo y en la cultura. Sin embargo, la fluidez de la sexualidad provoca desarreglos en las ilusiones de continuidad y estabilidad de la identidad y de la vida afectiva. Toda forma de sexualidad incluye renuncias y frustraciones a la vida psíquica. Propongo la hipótesis de que la homofobia puede ser entendida como defensa frente a la fluidez de la sexualidad, despertando partes perversas que juzgan y condenan desconsiderando al otro.

Palabras claves: Psicoanálisis; Sexualidad, Homofobia

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Edilene de Lima, Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Psicóloga clínica, mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Professora do Curso de Graduação de Psicologia do Centro Universitário Ingá (UNINGÁ).

Referências

Bion, W. R. (1963). Elementos de psicanálise. Rio de Janeiro: Imago, 2004.

Bleger, J. (1988). Simbiose e ambiguidade. Rio de Janeiro: Francisco Alves.

Castro, M. L. S. de. (2000). A complexidade e as ambiguidades do termo sexualidade. Trabalho apresentado no Grand Hotel Rayon em 27 de maio de 2000, durante o 4º Encontro de Psicanálise de Curitiba.

Costa, J. F. (1992). A inocência e o vício: estudos sobre o homoerotismo. Rio de Janeiro: Relume-Dumará.

Dejours, C. (2006). La indiferencia de sexos: ficción o desafio? Alter – Revista de Psicoanálisis, 2. Recuperado de www.revistaalter.com

Freud, S. (1905). Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. In S. Freud Obras completas. (Vol. 7). Rio de Janeiro: Imago, 1969.

Freud, S. (1919). O estranho. In Obras completas. (Vol. 17). Rio de Janeiro: Imago, 1969.

Freud, S. (1925). A negativa. In Obras completas. (Vol. 19). Rio de Janeiro: Imago, 1969.

Green, A. (1988). Narcisismo de vida, narcisismo de morte; tradução Cláudia Berliner. São Paulo: Editora Escuta.

Laplanche, J. (2006). El genero, el sexo, lo sexual. Alter – Revista de Psicoanálisis, 2, Recuperado de www.revistaalter.com

McDougall, J. (1997). As múltiplas faces de eros: um exploração psicoanalítica da sexualidade humana. Tradução Pedro Henrique Bernardes Rondon. São Paulo: Martins Fontes.

Pierce, K., (Dir.) (1999). Boys don´t cry [Film] Meninos não choram (BR) [Filme]. Estados Unidos: Fox Searchlight Pictures.

Ramos, G. A. (2008). Histeria e psicanálise depois de Freud. Campinas: Editora da UNICAMP.

Sanchez, F. (2003, fevereiro). O terceiro sexo. Revista Superinteressante. Recuperado de https://super.abril.com.br/saude/o-terceiro-sexo/

Sandler, P. C. (1999). Uma teoria sobre o exercício de feminilidade<=>masculinidade. Revista Brasileira de Psicanálise, 33(3): 459-484.

Segal. H. (1992). O complexo de Édipo hoje: implicações clínicas. Porto Alegre: Artes Médicas.

Valente, J. (2018). Levantamento aponta recorde de mortes por homofobia no Brasil em 2017. Agência Brasil – Empresa Brasileira de Comunicação EBC. 18 jan 2018 Brasília. Recuperado de http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2018-01/levantamento-aponta-recorde-de-mortes-por-homofobia-no-brasil-em-2017

Publicado

18-12-2018

Como Citar

de Lima, E. (2018). A sexualidade na psicanálise: reflexões a respeito da dualidade, do gênero e da homofobia. Revista De Psicanálise Da SPPA, 25(3), 569–583. https://doi.org/10.5281/sppa revista.v25i3.386