O fetiche na cultura: desmentida (Verleugnung) estrutural ou patológica?*

Autores/as

  • Marli Bergel Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre (SPPA)

Palabras clave:

Fetiche, Desmentida patológica, Desmentida estruturante, Repressão, Fenômenos transicionais

Resumen

Observa-se na cultura contemporânea uma tendência a elevar alguns objetos à condição de fetiches. A partir de um referencial psicanalítico, a autora busca compreender o que este fenômeno poderia estar representando. Inicia sua busca em Freud e segue com autores como Chasseguet-Smirgel, Green, Winnicott e outros para a compreensão do fenômeno do fetichismo, sua relação com as angústias de castração e/ou angústias mais primitivas, o uso do mecanismo de defesa da desmentida (Verleugnung). Traça uma relação com o objeto transicional de Winnicott, procurando diferenciar o uso transicional e o uso patológico dos objetos que a cultura oferece. A compreensão do mecanismo da desmentida ao longo do desenvolvimento da teoria psicanalítica foi se ampliando de forma que alguns autores fazem uma distinção entre uma desmentida patológica e uma desmentida estrutural. Quando os objetos são usados de forma criativa e a capacidade simbólica encontra-se preservada, estaria presente uma desmentida estruturante, enquanto que, quando elevamos um objeto ou atividade à condição de fetiche, teríamos uma desmentida patológica. A autora finaliza com uma reflexão a respeito da cultura atual perguntandose em que medida esta favoreceria o uso patológico dos objetos (AU)

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Biografía del autor/a

Marli Bergel, Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre (SPPA)

Membro associado da Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre (SPPA)

Citas

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Publicado

2020-11-07

Cómo citar

Bergel, M. (2020). O fetiche na cultura: desmentida (Verleugnung) estrutural ou patológica?*. Revista De Psicoanálisis De La SPPA, 18(3), 611–622. Recuperado a partir de https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/711

Número

Sección

Artigos