A interpretação efetiva: a sua formulação e a sua recepção
Abstract
Utilizando material clínico de uma paciente em análise, a autora discute dificuldades na formulação e apresentação de interpretações para pacientes severamente perturbados. Trata se de pacientes em que as relações de objeto estão de tal forma afetadas pela incapacidade de escutarem e absorverem as interpretações que essa incapacidade torna se o problema central de suas análises. No presente trabalho usarei material clínico de uma paciente para discutir algumas dificuldades na formulação e apresentação de interpretações a pacientes nos quais a natureza da sua doença afeta seriamente o modo pelo qual escutam e ouvem interpretações. Estou pensando, particularmente, a respeito de pacientes severamente perturbados, nos quais a dificuldade fundamental de reconhecer a separação em relação ao objeto, e os mecanismos usados para manter afastada a consciência de ser separado, alteram profundamente a experiência, para o analista, de interpretar e, para o paciente, de receber a interpretação. As relações de objeto destes pacientes são seriamente afetadas pela incapacidade de escutarem e absorverem e, naturalmente, esta incapacidade torna se o problema central nas suas análises.
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