Dependência, elaboração, liberdade
Palavras-chave:
Dependência humana, Relação inicial mãe/bebê, Período puerperal, Mentes assimétricas, Simetrias para identificações, Transformação, ElaboraçãoResumo
A autora aborda a elaboração da dependência em sua época inicial, a neonatal. Destaca o período das primeiras semanas após o nascimento como fundamental e fundante da incipiente mente do bebê. Neste tempo relativamente breve do período puerperal materno, ocorre um importante trabalho elaborativo entre as mentes assimétricas da mãe e do bebê. Em condições normais, de suficiente saúde constitucional e mental, a mãe entra em estado de preocupação materna primária, conforme descrita por Winnicott. São abordados os movimentos maternos de imersão no inconsciente primitivo do bebê, bem como o regresso à sua própria capacidade de funcionamento também secundário, para atribuir-lhe significado e transformação antes de devolvê-los ao bebê através de seu atendimento. Estes trabalhos de mergulhos maternos são igualmente de encontros da mãe com sua própria mãe interna. Há identificações e elaborações importantes para ambos os membros da dupla mãe/bebê. Através de identificações, contenções e transformações, desenvolvem-se as primeiras e rudimentares noções do dentro e fora, do self e do objeto, da exterioridade, da existência do terceiro e de certo grau do senso de continuar a ser. Mãe e bebê elaboram questões em importantes fluxos de identificações projetivas e introjetivas, sendo sujeito e objeto um para o outro. Vinculam-se profundamente e, aos poucos, se discriminam em duas unidades, incrementando sentimentos de maior liberdade do self e do objeto.
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