Prazer, gozo e realidade no mundo contemporâneo
Palavras-chave:
Gozo auto-erótico, Princípio do prazer, Alteridade, PerversõesResumo
O autor aborda as diferenças existentes entre a realidade imperante na época freudiana e na época atual. Na modernidade, a realidade estava caracterizada por uma ordem repressiva que, embora favorecesse o surgimento da doença neurótica, permitia a rebeldia e o questionamento criativo. Na pós-modernidade, a defecção estrutural da figura do Pai e o colapso ético inerente ao enfraquecimento da legalidade geram uma realidade cultural que propicia as políticas de gozo – adições, transtornos alimentares e condutas transgressivas. Diante da não imposição do limite subjetivante e da não transmissão de valores éticos, o sujeito tende a naufragar numa pulsionalidade acéfala e num hedonismo egocêntrico que desconhece a alteridade. A contradição instala-se, então, entre o gozo auto-erótico e o princípio do prazer, de modo que a tarefa analítica consiste em delimitar o gozo para que o sujeito possa transcender seu universo narcisístico-pulsional e ter acesso, assim, ao plano sublimatório, caracterizado pelos prazeres discursivos. O autor insiste na necessidade de que os analistas sustentem uma prática clínica baseada na ética da diferença, já que o imaginário social busca desmentir das diferenças sexuais e geracionais. Com essa finalidade, mostra como se tende a abolir – inclusive por certas correntes analíticas – as categorias diagnósticas de saúde e doença psíquica; a validar o impreciso conceito de gênero; a exaltar as posições narcisísticas e a legitimar – como meros estilos existenciais – condições patológicas como o transexualismo e as perversões. Finaliza o artigo fazendo algumas considerações sobre a prática clínica atual que deve ser inscrita num horizonte de legalidade simbólica e deve estar destinada a delimitar, sem concessões, os gozos sem alteridade, para acessar criativamente o campo do princípio do prazer com a ética desiderativa que lhe é inerente (AU)
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