Entre o masoquismo e a melancolia: sob o domínio do superego sádico incorporado

Autores

  • Adriana Salvitti Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP).

DOI:

https://doi.org/10.5281/sppa%20revista.v21i1.32

Palavras-chave:

superego primitivo, narcisismo, incompreensão maligna, masoquismo, fantasias canibalistas.

Resumo

O artigo discute de um ponto de vista teórico e clínico as falhas na constituição das funções intersubjetivas e a presença do superego primitivo sádico, tendo como pano de fundo a dimensão traumática da experiência com o objeto primário e o sofrimento narcísico-identitário (Roussillon, 2011). Enfoca a angústia de perda e destruição do objeto por meio de fantasias canibalistas (Fédida, 1999) e a submissão masoquista ao superego primitivo; aponta como o despertar de emoções em relação ao objeto primário gera um ódio intenso e não representado, direcionado à ligação com esse objeto (Bion, 1959); discute a rivalidade em relação ao método analítico (Bion, 1965), bem como a instauração de concordâncias destinadas a evitarem o surgimento de incompreensões malignas e a experiência de caos (Britton, 2003, 2004). Por fim, o artigo ilustra como se dão as tentativas, ainda que limitadas, de o sujeito se emancipar da tirania do superego e destituir o poder de seus aspectos destrutivos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Adriana Salvitti, Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP).

Pós-doutoranda no Instituto de Psicologia da USP. Membro Filiado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP).

Referências

Barros, E. L. R. (2006). Quem tem medo de Melanie Klein? Ou continuidade e ruptura. Revista de Psicanálise da SPPA, 13(1), 145-158.

Bion, W. (1958). On arrogance. In W. Bion. Second thoughts. London: Karnac, 1993. p. 86-92.

______. (1959). Attacks on linking. In W. Bion. Second thoughts. London: Karnac, 1993. p. 93-109.

______. (1962a). A theory of thinking. In W. Bion. Second thoughts. London: Karnac, 1993. p. 110-119.

______. (1962b). Learning from experience. London: Karnac, 1989.

______. (1965). Transformations. London: Karnac, 1989.

Britton, R. (2003). Crença e imaginação. Rio de Janeiro: Imago.

______. (2004). Sex, death and the superego. London: Karnac.

Chico Science & Nação Zumbi. (1994). Da lama ao caos. In Da lama ao caos (álbum). Sony Music. CD. 5 min.

Fédida, P. (1999). O canibal melancólico. In Depressão. São Paulo: Escuta.

Figueiredo, L. C. (2009). Intersubjetividade e mundo interno: o lugar do campo superegoico na teoria e na clínica. In L. C. Figueiredo. As diversas faces do cuidar. São Paulo: Escuta.

Klein, M. (1958). Sobre o desenvolvimento do funcionamento mental. In M. Klein. Inveja e gratidão e outros trabalhos 1946-1963. Rio de Janeiro: Imago, 1991. p. 270-279.

O’Shaughnessy, E. (1999). Relating to the superego. Int. J. Psycho-anal.80, 861-870.

Pick, I. B. (1988). Working through in the counter-transference. In E. B. Spillius. (ed.). Melanie Klein today, 2. London: Routledge.

Roussillon, R. (1991). Paradoxos e situações limites da psicanálise. São Leopoldo: Unisinos.

______. (2004). Agonia e desespero na transferência paradoxal. Revista de Psicanálise da SPPA, 11(1), 13-33.

______. (2009). A associatividade e as linguagens não verbais. Revista de Psicanálise da SPPA, 16, (1), 143-165.

______. (2011). Primitive agony and symbolization. London: Karnac.

Salvitti, A. (2006). Sobre cesuras e tolerância de paradoxos. Revista Brasileira de Psicanálise, 40(3), 112-123.

Searles, H. (1962). The differentiation between concrete and metaphorical thinking in the recovering schizophrenic patient. In Collected papers of schizophrenia and related subjects. London: Karnac, 2005.

Publicado

28-04-2014

Como Citar

Salvitti, A. (2014). Entre o masoquismo e a melancolia: sob o domínio do superego sádico incorporado. Revista De Psicanálise Da SPPA, 21(1), 177–195. https://doi.org/10.5281/sppa revista.v21i1.32

Edição

Seção

Artigos