Epistemologia do inconsciente – Características esquizo-paranóides nos caminhos da ciência e da prática psicanalíticas: tolerância de paradoxos, realismo e idealismo ingênuos
Resumo
Este estudo compacta investigação publicada sob forma de livros. Constitui uma tentativa de mostrar o ethos da psicanálise através de uma historiografia de idéias. Tenta mostrar que alguns parentescos entre a teoria do conhecimento (ou epistemologia) e a psicanálise. A psicanálise seria a consecução de um projeto delineado, mas temido por Kant: uma exploração tão profunda no âmbito numênico, que se confunde com o âmbito da própria mente. Estudar a mente seria praticar a epistemologia mais pura, pois não se faria epistemologia sem uma apreensão mais firme de seu instrumento prínceps, a própria mente e seus métodos. Outros paralelos funcionais são apontados, por exemplo, as epistemes, na filosofia, são guias subjacentes ou inconscientes para o conhecimento, que demandam elucidação. Equivalem às fantasias inconscientes, na mente e na psicanálise, já que estas últimas são também guias subjacentes e inconscientes para o conhecimento que demandam elucidação. Considera-se que a natureza prática da psicanálise a diferencia da epistemologia tanto no seu berço como na sua razão de ser, a clínica. São propostas as definições quanto à postura psicanalítica básica, ou seja, a tolerância de paradoxos sem tentativas de resolvê-los (que sempre implicam em clivagens) e às duas posturas que impedem o conhecer, que se propõe denominar de realismo e idealismo ingênuos. Estas tendências – que causaram miséria na filosofia (a guerra idealismo versus realismo) – poderiam ser evitadas pelo analista que aproveitasse da experiência do filósofo. O estudo inclui uma hipótese sobre o estado da mente do pesquisador, em termos da posição esquizo-paranóide
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Referências
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