Figuras da protomelancolia

Autores

  • Jean-Claude Rolland Membro da Associação Psicanalítica Francesa (APF)

Palavras-chave:

Sexualidade e psicose, Tratamento de psicóticos e borderlines, Fase protomelancólica

Resumo

O autor, através de exemplos clínicos e da literatura, demonstra como a sexualidade edípica primária está na gênese dos transtornos psicóticos e borderlines, determinando uma resistência a qualquer tratamento. Essa resistência se deve ao poder desses transtornos de disfarçar seu fundamento edípico e de impedir, não só seu curso ou realização, mas a sua representação. A solução edípica pressupõe um luto com uma primeira versão, que ele chama protomelancólica, em que o objeto perdido ainda não é uma sombra, mas permanece confundido com sua figura viva. Nesses casos esse objeto toma posse do eu e ordena seu autossacrifício.
A dificuldade de tratar esses pacientes se deve à emergência necessária, na transferência, dessa fase protomelancólica da fantasia, que ameaça
romper a alteridade do vínculo relacional criado entre o paciente e o terapeuta. O fascínio aterrorizante exercido pelo objeto morto anula a qualidade analítica do analista, neutraliza sua capacidade de continência, faz dele uma figura ameaçadora (AU)

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Biografia do Autor

Jean-Claude Rolland, Membro da Associação Psicanalítica Francesa (APF)

Psicanalista. Membro da Associação Psicanalítica Francesa (APF)

Referências

ARTHAUD, A. (1947). Van Gogh le suicidé de la société. Paris: K Editeur.

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Publicado

11-12-2020

Como Citar

Rolland, J.-C. (2020). Figuras da protomelancolia. Revista De Psicanálise Da SPPA, 17(1), 133–150. Recuperado de https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/749

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