TY - JOUR AU - Brum, Tula Bisol PY - 2012/08/01 Y2 - 2024/03/29 TI - Editorial JF - Revista de Psicanálise da SPPA JA - Rev. psicanal. VL - 19 IS - 2 SE - Editorial DO - 10.5281/sppa revista.v19i2.550 UR - https://revista.sppa.org.br/RPdaSPPA/article/view/550 SP - 257-258 AB - <p>Prezado leitor,<br />Chegamos ao final de 2012, ano de intenso trabalho, que resultou nas edições do número 03/2011, do número sobre transferência, 01/2012, e agora sobre desamparo, 02/2012, tema que abrange um sentimento inerente à natureza humana, estruturante e que parece atingir proporções catastróficas na contemporaneidade.</p><p>Não foi este, entretanto, meu sentimento trabalhando como editora da revista. Quero expressar meu profundo agradecimento à equipe da comissão editorial que assume o desafio de produzir um bom trabalho com dedicação, responsabilidade e principalmente parceria. Juntas, contamos com a eficiência da nossa secretária Karine e com a competência de Clotilde Favalli na revisão gramatical dos textos publicados. Também é sincero meu agradecimento ao nosso diagramador, Luiz Cezar, sempre pronto e atento na editoração, há tantos anos.</p><p>Mas nada disso teria utilidade se não tivéssemos os artigos para publicar. Então agradeço a todos que contribuíram com suas ideias e estudos para aprimorar a qualificação científica da revista. Tem sido motivo de muita satisfação contar com a participação dos colegas da casa. Pensamos que neste sentido a revista tem proporcionado que se expresse algo da evolução do pensamento psicanalítico na nossa sociedade.</p><p>Neste número contribuíram Juarez Guedes Cruz, Anette Blaya Luz, Ivan Fetter, Cesar Luis de Souza Brito e Nara Caron juntamente com Tagma Donelli. O tema <em>desamparo </em>foi explorado com criatividade. São abordados aspectos da contemporaneidade que sugerem que a sociedade moderna não protege a relação mãe-bebê e desta forma contribui para o surgimento de distúrbios do pensamento, da capacidade simbólica e de sonhar. Freud perpassa todos os artigos, desde a revisão do conceito sobre desamparo como uma experiência emocional primitiva que de alguma forma estará presente nas diversas manifestações de ansiedade, até a questão da religiosidade e o <em>Futuro de uma ilusão</em>, oitenta e cinco anos depois. Também é criativo o artigo que versa sobre a experiência materna de desamparo no parto, tema pouco estudado e pesquisado. Além disso, a experiência de desamparo é vista, pelos autores, de vários ângulos, do paciente ao psicanalista, a dupla via do desamparo, como aborda Maria Olympia.</p><p>As diferenças entre os aspectos estruturantes e catastróficos do desamparo e suas consequências na constituição do psiquismo devido a falhas nas funções parentais e privações ambientais são estudadas por Alicia Lisondo. Nesta linha, da autoria de Helga Quagliatto, temos a adição ao sofrimento, paradoxal condição de alguns pacientes que não podem parar de se submeter à violência, pois desta forma parecem obter alívio do sentimento de desamparo.</p><p>Jacques André, ilustre psicanalista francês, que visitou a SPPA para um evento científico em agosto, escreve sobre a difícil tarefa de analisar a angústia do desamparo, pois é impossível vivenciar o que nunca existiu, sendo necessário lidarmos com a falta, a vivência do desamparo na relação analítica, quando as separações são vividas como abandono Também da França temos a contribuição de René Roussillon, que discorre sobre o sentimento de desamparo e a tentativa de solução para o traumatismo primário. Além desses artigos, publicamos a entrevista com Jacques André, na qual ele nos mostra seu vasto conhecimento psicanalítico com simplicidade e profundidade.</p><p>Desejo a todos uma boa leitura e em 2013 um ano com muitas realizações e publicações.</p><p> </p><p align="right"><strong>Tula Bisol Brum</strong></p><p align="right">Editora da <em>Revista de Psicanálise</em> da SPPA</p> ER -