Tem algo na voz que não se pode falar: reflexões sobre o corpo da voz0

Autores

  • Eliana Rache Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP)

DOI:

https://doi.org/10.5281/sppa%20revista.v24i1.235

Palavras-chave:

voz, corpo da voz, Wisnik, Anzieu, forma da voz na sessão analítica, Ogden

Resumo

A proposta do texto é levantar questões sobre o corpo da voz, na busca de melhor compreensão de sua ação enquanto forma dentro da sessão analítica. Ilustrações clínicas apresentam a voz como desafio e convite para mergulharmos no tema. São convocados estudiosos de outras áreas para contribuírem com seus conhecimentos. Anzieu, traz muitos conhecimentos sobre o desenvolvimento sonoro do bebê tendo em vista a formação de seu si-mesmo à luz do espelho sonoro. Wisnik trata do misterioso lugar da voz entre o corpo e o não corpo legando grande quantidade de informações sobre a materialidade do som na música e na fala. Com base nesses conhecimentos, a autora levanta alguns questionamentos a Ogden em seu artigo Uma questão de voz na poesia e na psicanálise. O texto se encerra com um convite para o que os psicanalistas já faziam sem saber, quando percebiam seus pacientes através de suas vozes em sessão, possa agora ser feito concedendo o devido lugar à voz como útil ferramenta da clínica psicanalítica.

Palavras-chave: voz, corpo da voz, Wisnik, Anzieu, forma da voz na sessão analítica, Ogden.

Abstract

There is something in the voice that cannot be said: reflections on the body of the voice

This paper intends to raise some questions on the body of the voice looking for a better comprehension of its action as an interpretation of form within the analytic session. Clinical material presents the voice, at one time, as a challenge and an invitation to get involved with the theme. Authors from other areas are brought in to contribute with their knowledge. Anzieu brings knowledge about the baby’s sonorous development connected to self-development, through the sonorous mirror. Wisnik, deals with the mysterious place of the voice between body and non-body, giving a great amount of information on the materiality of sound in music and in language. These findings enables the author to discuss some points of Ogden’s paper A question of voice in poetry and psychoanalysis. As a conclusion, the author invites psychoanalysts to keep doing what they have been unknowingly done, namely, granting to the voice the place of a useful tool within psychoanalytic practice.

Keywords: voice, body of the voice, Anzieu, Wisnik, the form of voice within analytic session, Ogden.

Resumen

Hay algo en la voz que no se dice: reflexiones sobre el cuerpo de la voz

La propuesta del texto es levantar interrogantes sobre el cuerpo de la voz buscando una mejor comprensión de su acción como forma durante la sesión analítica. Viñetas clínicas presentan la voz como desafío y invitación para nos adentrarmos en el tema. Se convocan estudiosos de otras áreas para contribuir con sus conocimientos. Anzieu, agrega amplios conocimientos sobre el desarrollo sonoro del bebé llevando en cuenta la formación de su si-mismo a la luz del espejo sonoro. Wisnik habla del lugar misterioso de la voz entre cuerpo y no cuerpo ofertando importantes informaciones sobre la materialidad del sonido en la música y en el habla. A partir de estos conocimientos la autora discute algunas observaciones de Ogden en su artículo Una cuestión de voz en la poesía y en el psicoanálisis. El trabajo termina con una invitación para que, como psicoanalistas atentos a la voz del paciente en sesión, podamos usarla como útil herramienta de nuestra clínica.

Palabras claves: voz, cuerpo de la voz, Anzieu, Wisnik, la forma de la voz dentro de la sesión analítica, Ogden.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Eliana Rache, Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP)

Membro efetivo, analista didata da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP)

Referências

Agamben, G. (2006). Linguagem e morte. Um seminário sobre o lugar da negatividade. Belo

Horizonte: Editora UFMG.

Anzieu, D. (1970). Éléments d’une théorie de l’interprétation. Revue française de Psychanalyse,

(5-6) : 755-884.

Anzieu, D. (1976). L’enveloppe sonore du soi. Nouvelle Revue de Psychanalyse, Paris : Editions

Gallimard, 13: 161-179.

Anzieu, D. (1988). O Eu-pele. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Arendt, H. (1981). La vie de l’espirit. In La Pensée (T. I). Paris: PUF.

Castarède, M. F. (2004). La voix et ses sortilèges. Paris: Les belles lettres.

Freud, S. (1905). Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. Prefácio à 3ª edição (1914), In

Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 7,

pp. 123-134). Rio de Janeiro: Imago, 1969.

Freud, S. (1915a). Conferência XXV –A ansiedade. In Edição standard brasileira das obras

psicológicas completas de Sigmund Freud, 1916-1917, (Vol. 16, pp. 457-479). Rio de

Janeiro: Imago.

Freud, S. (1915b). Repressão. In Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de

Sigmund Freud (Vol. 14, pp. 163-182). Rio de Janeiro: Imago, 1974.

Isaacs, S. (1982). A natureza e a função da fantasia. In Os progressos da psicanálise

(pp.79-135). Rio de Janeiro: Editora Guanabara.

Lacan, J. (1949). O estádio do espelho como formador da função do eu. In Escritos (pp. 96-103),

Rio de Janeiro: Zahar, 1986.

Merleau-Ponty, M. (2002). A prosa do mundo. São Paulo: Cosac & Naify.

Ogden, T. H. (1998). Uma questão de voz na poesia e na psicanálise. Revista Brasileira de

Psicanálise (SBPSP), 32(3): 585-604.

Paz, O. (1979). Conjunções e disjunções. São Paulo: Editora Perspectiva.

Platão. (©1993). A república. 7. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 518-d.

Proust, M. (2003). Em busca do tempo perdido. No caminho de Swann-Combray. Porto Alegre:

Globo, 1972.

Rache, E. (2014). Travessia do corporal para o simbólico corporal. São Paulo: Cla Editora.

Rousseau, J. J. (©1999). Ensaio sobre a origem das línguas. In: Rousseau. (Trad. Lourdes Santos

Machado) São Paulo: Nova Cultural (coleção Os Pensadores)

Roussillon, R. (2008). Le jeu et L’entre-je(u). Paris: PUF.

Wallon, H. (1995). A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições 70.

Winnicott, D. W. (1975). Brincar e realidade. Rio de Janeiro: Imago.

Winnicott, D.W. (1990). Natureza humana. Rio de Janeiro: Imago.

Wisnik, J. M. (2016). O corpo da voz. VII Simpósio de Comunidade e Cultura da Fepal 8 e 9 de

abril. São Paulo: SBPSP. Dispositivo (cd-rom)

Publicado

30-04-2017

Como Citar

Rache, E. (2017). Tem algo na voz que não se pode falar: reflexões sobre o corpo da voz0. Revista De Psicanálise Da SPPA, 24(1), 81. https://doi.org/10.5281/sppa revista.v24i1.235

Edição

Seção

Artigos