O homem dos lobos: livre pensar

Autores

  • Viviane Sprinz Mondrzak Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre / International Psychoanalytical Association

DOI:

https://doi.org/10.5281/sppa%20revista.v22i2.197

Palavras-chave:

determinismo, complexidade, técnica psicanalítica, sexualidade infantil, conflito Freud/Jung, psicanálise e ciência, psicanálise e religiões

Resumo

Resumo

O trabalho se propõe a fazer um exercício de livre pensar sobre o relato deO homem dos lobos, destacando: 1) o descompasso entre a consistência do pensamento metapsicológico de Freud e alguns aspectos da técnica e 2) questões referentes ao conflito com Jung, que dão oportunidade a que se pense sobre a cientificidade da psicanálise. A este respeito, são trazidas principalmente ideias de H. Atlan, que vê a psicanálise condenada a oscilar entre sacrificar o rigor à riqueza ou a riqueza ao rigor, uma ambiguidade que não foi e nem deveria ser resolvida, sendo, inclusive, proveitosa para o desenvolvimento da teoria e da técnica psicanalítica. O científico em Freud seria principalmente o fato de ter respeitado as regras do jogo das ciências de sua época. O que pode parecer limitador pelo caráter determinista que caracterizava o pensamento científico impediu uma síntese empobrecedora entre científico e extracientífico, ao contrário da postura adotada por Jung. Os aspectos mais contestáveis do pensamento de Freud, do ponto de vista da ciência do século XIX e da primeira metade do século XX, são os mais revolucionários e ricos em possibilidade de desenvolvimento do ponto de vista da ciência do século XXI: o psíquico em todas suas dimensões, não redutível ao racional, o método de observação e os instrumentos para se aproximar deste objeto de estudo (as experiências emocionais, a intuição, o não racional), aspectos não contemplados pelo pensamento determinista.

Palavras-chave: determinismo, complexidade, técnica psicanalítica, sexualidade infantil, conflito Freud/Jung, psicanálise e ciência, psicanálise e religiões.

Abstract

The wolf man: freethinking

The study aims to make a freethinking exercise on the narrative of The wolf man, highlighting: 1) the gap between the consistency of Freud’s metapsychological thought and some aspects of the technique and 2) issues relating to the conflict with Jung, which give us the opportunity to think about the scientificity of psychoanalysis. In this regard, it mainly brings forward H. Atlan’s ideas. This author sees psychoanalysis doomed to oscillate between sacrificing rigidity to richness, or richness to rigidity, an ambiguity that was not and should not be resolved, and that is even profitable for the psychoanalytic theory and technique’s development. The scientific within Freud could be mainly the fact that he respected the rules in the scientific fields at his time. What may seem limiting by the deterministic character that characterized the scientific thinking, prevented an impoverishing synthesis between scientific and extra scientific, unlike the posture adopted by Jung. The most questionable aspects of Freud’s thoughts, from the point of view of the science of the nineteenth century and the first half of the twentieth century, are the most revolutionary and rich in possibilities for developing the point of view of science in the XXI century: the psychic at all its dimensions, not reducible to rationality, the method of observation and the tools to approach this subject matter (the emotional experiences, the intuition, the non-rational), aspects that are not covered by the deterministic thinking.

Keywords: determinism, complexity, psychoanalytic technique, infantile sexuality, Freud/Jung conflict, psychoanalysis and science, psychoanalysis and religions.

 

Resumen

El hombre de los lobos: libre pensar

El trabajo tiene como objetivo hacer un ejercicio de libre pensar acerca de la historia de El hombre de los lobos, a saber: 1) lo desajuste entre la consistencia del pensamiento metapsicológico de Freud y algunos aspectos de la técnica y 2) las cuestiones relacionadas con el conflicto con Jung, que dará la oportunidad de pensar en la cientificidad del psicoanálisis. En este sentido, sobre todo se traen ideas de H. Atlan, que ve el psicoanálisis condenado a oscilar entre sacrificar el rigor a la riqueza, o la riqueza al rigor, una ambigüedad que no fue ni debe ser resuelta, y que es incluso rentable para el desarrollo de la teoría y de la técnica psicoanalítica. El científico en Freud fue principalmente el hecho de que respeta las reglas de la ciencia de su tiempo. Lo que puede parecer limitador por el carácter determinista que caracteriza el pensamiento científico impidió una síntesis empobrecedora entre lo científico y lo extracientífico, al contrario de la postura adoptada por Jung. Los aspectos más cuestionables del pensamiento de Freud, del punto de vista de la ciencia del siglo XIX y de la primera mitad del siglo XX, son los más revolucionarios y ricos en posibilidad de desarrollo desde el punto de vista la de la ciencia del siglo XXI: el psíquico en todas sus dimensiones, no reducibles a lo racional, el método de observación y las herramientas para abordar este tema (experiencias emocionales, la intuición, lo no racional), aspectos no contemplados por el pensamiento determinista.

Palabras clave: determinismo, la complejidad, la técnica psicoanalítica, la sexualidad infantil, conflictos Freud/Jung, el psicoanálisis y la ciencia, el psicoanálisis y religiones.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Viviane Sprinz Mondrzak, Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre / International Psychoanalytical Association

Psicanalista. Membro efetivo e analista didata da Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre (SPPA).

Referências

Atlan, H. (1994). Com razão ou sem ela: intercrítica da ciência e do mito. Lisboa: Instituto Piaget.

Civitarese, G. (2014). Bion and the sublime: the origins of an aesthetic paradigm. Int. J. Psych- Anal., 95 (6), Londres: Wiley Blackwell.

Freud, S. (1918). História de uma neurose infantil. In Edição standard das obras completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1976.

Gay, P. (1989). Freud: uma vida para o nosso tempo. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1989.

Matte Blanco, I. (1975). The unconscious as infinite sets. Londres: Duckworth.

McGuirre, W. (Org.) (1974). Freud/Jung: correspondência completa. Rio de Janeiro: Imago, 1976.

Meltzer, D. (1989). Desenvolvimento clínico de Freud. São Paulo: Escuta.

Publicado

01-09-2015

Como Citar

Mondrzak, V. S. (2015). O homem dos lobos: livre pensar. Revista De Psicanálise Da SPPA, 22(2), 423–434. https://doi.org/10.5281/sppa revista.v22i2.197

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)